Panorama internacional

Polônia chama situação na fronteira com Belarus de 'guerra de novo tipo'

O primeiro-ministro da Polônia declarou que Minsk e Moscou estão realizando "um ataque muito coordenado" por meio dos imigrantes, enquanto Belarus afirma que Varsóvia está trazendo "armas de grande calibre".
Sputnik
Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polônia, afirmou na terça-feira (9) que a situação na fronteira polonesa-belarussa, que também é a fronteira externa da União Europeia (UE), pode ser caraterizada como uma guerra de "novo tipo".
"Estamos convencidos que as operações que estão acontecendo na fronteira oriental da Polônia são parte de uma operação maior, um ataque muito coordenado, que tem um caráter de uma guerra de novo tipo [...] São usadas armas conhecidas em guerras anteriores, mas altamente eficazes neste caso. Os soviéticos eram mestres nisso, e agora são os russos [...] É desinformação", disse.
Vladimir Makei, ministro das Relações Exteriores da Belarus, por sua vez, acusou na terça-feira (9) as autoridades da Polônia de movimentar equipamento militar de grande calibre em direção à fronteira entre os dois países.

"Na linha fronteiriça se encontram mais de 2.000 pessoas desfavorecidas, entre as quais mulheres e crianças, todos eles objetivamente de países carentes, nos quais se intrometeram países do Ocidente, e falam diretamente que não consideram o território da Belarus lugar de permanência, [e] querem pedir proteção à UE", disse ele em comunicado citado pelo serviço de imprensa da chancelaria belarussa.

"Em vez disso são asfixiados com gás, recebem disparos acima das cabeças, e trazem à fronteira equipamento militar com armas de grande calibre", continuou Makei.
O chanceler da Belarus disse que se tratava de uma situação sem precedentes na história contemporânea do país, e acusou Varsóvia de múltiplas violações de direitos humanos.
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Vladimir Makei também referiu estar surpreendido pela "posição silenciosa" dos EUA, especialmente tendo em conta as declarações em setembro de Joe Biden, presidente norte-americano, sobre apoio total aos curdos, que, segundo o alto responsável belarusso, chamou de aliados mais próximos do Ocidente na Síria.
Nos últimos meses a Lituânia, Polônia e a Letónia têm relatado um aumento no número de imigrantes ilegais na fronteira com a Belarus. Aleksandr Lukashenko, presidente belarusso, tem referido que devido às sanções ocidentais à Belarus, Minsk não poderá mais reprimir o fluxo migratório.
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