Lukashenko relembrou que através do território do país passa o gasoduto transnacional de exportação Yamal-Europa, e que ultimamente os volumes do trânsito de gás da Rússia para o Ocidente têm aumentado consideravelmente.
"Nós aquecemos a Europa, enquanto eles nos ameaçam que fecharão a fronteira. E se cortarmos o fluxo de gás natural para lá? A minha recomendação aos líderes da Polônia, aos lituanos e a outros tolos é que pensem duas vezes antes de falar", declarou Lukashenko, citado pela agência Belta.
O chefe de Estado pediu ao Ministério das Relações Exteriores que "advirta todos na Europa" sobre uma resposta iminente às sanções adicionais, que qualificou de "inaceitáveis".
"A Polônia ameaça-nos que vai fechar a fronteira. Fechem, por favor: menos refugiados se deslocarão para lá", disse ele. Além do mais, o presidente constatou que as forças polonesas tentaram empurrar para o território belarusso mais de 1.000 migrantes. De acordo com as palavras do líder de Belarus, algumas ações dos militares poloneses são inaceitáveis, como os disparos por cima das cabeças na direção de Belarus.
Lukashenko: há tentativas de transferir armas para campo de migrantes na fronteira Polônia-Belarus
O presidente de Belarus declarou que há tentativas de transferir armas e munições para o campo de migrantes na fronteira com a Polônia para provocar um conflito.
"Além disso", disse o chefe de Estado belarusso, "nota-se uma tendência perigosa quando há tentativas de transferir armas e munições para o campo de migrantes a fim de provocar um conflito", conforme a agência estatal.
De acordo com a Belta, o presidente fez a declaração durante uma reunião com a liderança do Conselho de Ministros do país.
Além disso, o presidente encarregou o Ministério da Defesa do país e as tropas de fronteira de monitorarem o movimento das tropas da OTAN e da Polônia.
Conforme as palavras de Lukashenko, 15 mil soldados, tanques, veículos blindados, helicópteros e aviões já foram deslocados para a fronteira belarussa, "sem avisar ninguém".
Na segunda-feira (8), um numeroso grupo de imigrantes, principalmente curdos, se movimentou em direção à fronteira da Polônia, que também é a fronteira externa da União Europeia. Mais de 2.000 refugiados, incluindo grande número de mulheres e crianças, instalaram um campo de tendas ao lado das barreiras fronteiriças. A Polônia decretou o estado de emergência nas áreas fronteiriças com Belarus, enquanto a Europa e os EUA avisam que vão impor sanções contra Minsk.
Ultimamente, Letônia, Lituânia e Polônia têm anunciado sobre o crescente número de migrantes ilegais detidos na fronteira com Belarus, acusando Minsk de criar uma crise migratória. Por sua vez, Minsk refuta todas as denúncias. Lukashenko ressaltou que Belarus deixará de restringir o fluxo migratório para os Estados da União Europeia: devido às sanções europeias, o país não tem "nem recursos nem forças".