Panorama internacional

Crise na fronteira: Belarus acusa Polônia de asfixiar, torturar e ilegalmente deportar refugiados

Andrei Shved, procurador-geral belarusso, atacou as ações do governo polonês, o qual, segundo ele, está cometendo "ações ilegais contra a humanidade" em relação a migrantes, e também contra a fronteira de Belarus.
Sputnik
As autoridades polonesas estão deportando ilegalmente e torturando refugiados do Oriente Médio e da África, afirmou na quinta-feira (18) Andrei Shved, procurador-geral de Belarus.

"Até agora pessoas em altos cargos da Polônia violam fortemente exigências de direito internacional que definem os principais direitos civis e políticos de refugiados, e também de cidadãos de Belarus. Tentam e conseguem infringir a inviolabilidade da fronteira de nosso país, estão sendo cometidas outras inúmeras ações ilegais contra a humanidade", disse Shved, citado pelo serviço de imprensa da Procuradoria-Geral belarussa.

Segundo ele, "os representantes das autoridades da Polônia realizaram repetidamente deportações ilegais, tortura e atos de crueldade contra refugiados", detalhando suposto uso de substâncias químicas e tóxicas.
"Forças de segurança polonesas usaram, incluindo de noite [...] meios especiais, substâncias venenosas, iluminação, que cega a visão, disparos demonstrativos ao ar e explosões, força física", comunicou.
Panorama internacional
Polônia diz que 'não hesitará' em usar armas contra migrantes caso seja necessário
"Só em 15-16 de novembro foram registrados e documentados inúmeros fatos de deportação ilegal de refugiados do território da Polônia, utilização de canhões d'água que contêm misturas químicas com uma temperatura de ambiente de não mais de 4 ºC, granadas atordoantes, e gás com substâncias tóxicas, incluindo contra mulheres com sinais de gravidez, e crianças de poucos anos de idade", relatou ele.
Segundo Shved, os resultados forenses preliminares obtidos na véspera indicam o uso por funcionários poloneses de potentes produtos químicos tóxicos e irritantes, nomeadamente a deltametrina e outros pesticidas, que causaram lesões a pelo menos 30 pessoas sob a forma de queimaduras, envenenamento, escoriações e contusões", disse o procurador-geral.
O procurador-geral de Belarus comentou que todas estas ações são feitas com o conhecimento de Varsóvia.
"Todas as ações criminosas e cínicas acima mencionadas, e outras, que neste momento estão sendo documentadas pelas autoridades policiais de Belarus, são feitas com ordens diretas ou em conjunto com a administração da Polônia: seu presidente Andrzej Duda, primeiro-ministro Mateus Morawiecki, ministro da Defesa Mariusz Blaszczak, e outros altos responsáveis", declarou.

O que acontece a jornalistas

Shved referiu ainda que jornalistas da Rússia, Belarus, Catar, e também guardas fronteiriços da Belarus, foram magoados durante tentativa de furar a fronteira belarussa-polonesa por migrantes.
"Estão sendo tomadas e realizadas ativamente medidas para identificar cada funcionário que realizou cada ação criminosa específica contra pessoas indefesas. Agora eles estão se escondendo, agentes de segurança poloneses e outros funcionários, atrás de uma pilha de arame farpado, barreiras metálicas, tanques, veículos blindados, 15.000 militares armados até os dentes", segundo o procurador-geral belarrusso.
Nos últimos meses a Lituânia, Letônia e Polônia têm relatado um crescimento no número de ilegais detidos na fronteira com Belarus e acusam Minsk de criar uma crise migratória, algo que o governo belarusso tem negado. O governo belarusso, por sua vez, diz que esses governos estão expulsando migrantes à força para Belarus.
Comentar