Uma coletiva de imprensa em Washington, EUA, foi abandonada na quarta-feira (17) pelos vice-primeiros-ministros do Japão e da Coreia do Sul, depois que veio à tona uma disputa territorial entre os dois países, escreveu na quinta-feira (18) a agência britânica Reuters.
O evento, em que também esteve presente Wendy Sherman, vice-secretária de Estado dos EUA, teve participação de seus homólogos Choi Jong Kun e Takeo Mori, da Coreia do Sul e do Japão, respectivamente. Foram discutidos temas como a "liberdade de navegação e sobrevoo do mar do Sul da China", a promoção de uma "região Indo-Pacífica inclusiva, livre, pacífica, estável e aberta", e ainda a defesa dos "valores democráticos e direitos humanos", indica Reuters.
No entanto, a alta responsável norte-americana notou que "há algumas diferenças bilaterais entre o Japão e a República da Coreia que continuam sendo resolvidas". Na terça-feira (16), Masashi Mizobuchi, porta-voz da embaixada japonesa em Washington, EUA, "apresentou um forte protesto" contra a visita do chefe policial sul-coreano a ilhéus disputados entre os dois países, chamados Takeshima no Japão e Dokdo na Coreia do Sul, e controlados pela última.
"Sob estas circunstâncias, decidimos que é inapropriado realizar uma coletiva de imprensa conjunta", declarou Mizobuchi em um e-mail, uma afirmação idêntica à que foi reiterada por Choi a repórteres antes de um encontro trilateral de três horas prévio à coletiva de imprensa, que foi chamado de "construtivo [e] produtivo" por Sherman. A visita do chefe policial às ilhas não tinha intenção de ser publicitada, e foi revelada inadvertidamente em sua agenda pública semanal, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul defendeu também que os territórios em questão pertencem ao país de forma histórica, geográfica e sob a lei internacional.
As ligações entre Seul e Tóquio têm permanecido frágeis desde 1948, devido à ocupação da Coreia pelo Japão entre 1910 e 1945, incluindo a questão das "mulheres de conforto" coreanas, usadas por muitos militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, o que tem provocado frequentes restrições comerciais mútuas nos últimos tempos.