Ciência e sociedade

Encontradas ossadas humanas de mais de 1.500 anos nas obras de um galpão na Venezuela (FOTOS)

Ao reformar um galpão no estado de Lara, oeste venezuelano, a equipe de trabalhadores encontrou um par de esqueletos humanos enterrados no local.
Sputnik
Apesar de as condições climáticas da região estarem impedindo a escavação em profundidade e a coleta de dados adicionais sobre o achado, estudos preliminares indicam que as ossadas podem ter mais de 1.000 anos.
Quando os trabalhadores da obra encontraram os esqueletos e informaram seus contratantes sobre o ocorrido, o Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC) foi acionado, sendo a equipe que normalmente realiza os estudos forenses em casos relacionados a restos humanos. Até aquele momento, a suposição era de que as ossadas datassem de um período recente.
Ao realizarem as primeiras análises, a equipe da Polícia Científica achou um vaso indígena e concluiu que os corpos não eram recentes, notificando assim as autoridades do Museu de Quíbor.
Os restos, encontrados em outubro, ainda precisam de tempo para nos contar sua história. A arqueologia é uma atividade meticulosa e precisa de tempo para que seja levantada a maior quantidade de evidências possível sobre as condições do achado, o local em que se encontra e os registros históricos locais, e as condições climáticas são fundamentais para o prosseguimento das investigações. Conservação é a palavra-chave.
A equipe de escavações do Museu de Antropologia Francisco Tamayo Yépes, localizado em Quíbor, município de Florencio Jiménez e centro arqueológico mais relevante do país, ainda terá de aguardar um pouco até que a temporada de chuvas acabe para que sejam retomadas as escavações no local da descoberta.
Segundo disse a diretora do museu, Rubia Vásquez, em entrevista a RT, a antropóloga Ivel Urbia, pesquisadora-chefe do centro de pesquisas, já esteve no local para avaliar as condições em que foram encontrados os restos, o que foi feito pela equipe de trabalhadores que os encontrou e coletou algumas amostras de parte do que já havia sido encontrado.
Vásquez afirmou ainda que o achado parece estar associado ao sepultamento de esqueletos da chamada Fase Bulevar, um período de ocupação larense que se "caracteriza por uma grande parafernália fúnebre, com uma grande elaboração de vasos funerários" de entre 1.000 e 1.500 anos.

O sítio arqueológico de Playa Bonita

Descoberto na década de 60 por José María Cruxent, um dos principais fundadores da arqueologia venezuelana, Playa Bonita, estado de Lara, sempre foi palco para achados extraordinários. Segundo os estudos de Cruxent, a zona pertence à tradição tocuyana e possui material de aproximadamente 2.200 anos. Já foram encontradas cerâmicas com decoração policromada e ferramentas de agricultura, o que sugere o cultivo de grãos no local.
Segundo Vásquez, Playa Bonita é conhecida por "sempre ter restos" e "ter várias ocupações de território, que se referem a diversos momentos históricos" vividos pelas populações locais.
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