Na quarta-feira (17), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou várias cartas diplomáticas entre o chanceler russo Sergei Lavrov e seus homólogos da França e Alemanha, Jean-Yves Le Drian e Heiko Maas, tentando mostrar que sua posição sobre a situação no Leste da Ucrânia foi distorcida.
"Ultimamente, a posição da Rússia, seu papel na resolução do conflito ucraniano e as abordagens para realizar uma possível reunião ministerial no formado da Normandia têm sido distorcidos. Para evitar mais especulações, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia decidiu divulgar os documentos originais", comunicou o ministério russo.
Comentando a publicação da correspondência diplomática, o chanceler russo Sergei Lavrov indicou que foram as declarações incorretas de seus homólogos da França e Alemanha que levaram à publicação de cartas.
Lavrov disse que a reunião no formado da Normandia será realizada apenas quando Kiev cumprir todas as cláusulas do Acordo de Minsk.
Resposta da França e Alemanha
A chancelaria francesa informou ter tomado conhecimento da divulgação das cartas e considerar que a ação contradiz as normas diplomáticas.
"Consideramos que esta abordagem é contrária às regras e costumes diplomáticos", disse aos jornalistas a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Anne-Claire Legendre.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha declarou à Sputnik que considera a publicação da correspondência "um passo que viola as práticas diplomáticas".
A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que não está surpreendida com a publicação, mas lamentou que a reunião no formado da Normandia não tenha ocorrido.
"A publicação de cartas não é assim tão surpreendente. Leio frequentemente minhas cartas nos jornais. Certamente não temos nada a esconder", comentou.
Merkel adicionou que pediu a Vladimir Putin para organizar outra rodada de conversas antes de ela sair do cargo.
A chanceler alemã disse lamentar que o presidente russo ainda não o tenha feito "uma vez que as reuniões têm sua própria dinâmica" e permitem fazer progressos mesmo em situações aparentemente insolúveis.