Ontem (19), o presidente dos EUA, Joe Biden, deu luz verde ao acordo proposto sobre a transferência de tecnologia nuclear, dizendo, em um memorando para a secretária de Energia dos EUA Jennifer Granholm, que concorda com a implementação do acordo e que este "não constituirá um risco excessivo para a defesa e segurança comuns".
"O acordo permitirá a cooperação, que melhorará ainda mais a nossa posição de defesa mútua e apoiará nossos interesses no âmbito do Tratado do Atlântico Norte; o Tratado de Segurança da Austrália, Nova Zelândia e EUA; e a parceria de segurança trilateral reforçada entre os três países, conhecida como AUKUS", acrescentou Biden.
O acordo foi anunciado pela primeira vez em meados de setembro deste ano na declaração do pacto AUKUS, embora os detalhes de como os EUA e o Reino Unido ajudariam a Austrália a adquirir submarinos nucleares permanecessem mal definidos.
A Austrália não tem indústria nuclear própria, o que significa que a respetiva tecnologia terá de ser fornecida por outras nações, o que constitui uma grave violação dos acordos de não proliferação nuclear.
Transferências desta natureza nunca tinham ocorrido antes; o único exemplo de uma nação ajudando outra a construir um submarino de propulsão nuclear foi a parceria entre o Brasil e a França, firmada em 2009 para construção do submarino nuclear de ataque SN Álvaro Alberto (SN-10).
No entanto, Brasil já possui tecnologia de energia nuclear e está desenvolvendo o seu próprio bloco de propulsão, sendo provável que utilize urânio pouco enriquecido.
No mês passado, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison apresentou um plano para a produção de seis a oito submarinos nucleares na Austrália. Estima-se que o primeiro navio seja lançado à água no final da década de 2030.