Ciência e sociedade

Descoberto na Rússia artefato de prata de 2.400 anos com retrato de deusa cita (FOTOS)

Durante escavações arqueológicas conduzidas por uma expedição do Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências da Rússia, pesquisadores desenterraram um sepultamento cita do século IV a.C.
Sputnik
Durante os trabalhos arqueológicos na cidade de Voronezh, sudoeste da Rússia, os arqueólogos escavaram um montículo funerário, dos 19 que compõem a necrópole encontrada no ano 2000.
Ao analisar o montículo-7 no centro na necrópole, foi encontrado um túmulo de madeira de 7,5 metros por 5 metros, com 17 grandes pilares de carvalho, datado do século IV a.C.
O montículo atingia uma altura de cerca de 1,3 metro e um diâmetro de 40 metros, mas estava muito danificado por trabalhos agrícolas.
Dentro do sepultamento foi achado um esqueleto de um homem com idade entre 40 e 49 anos, tendo ao lado vários objetos, entre os quais placas de ouro, uma faca de ferro, pontas de flechas e fragmentos de adornos para cavalos.
Placa de prata cita de 2.400 anos encontrada em sepultamento na Rússia
A descoberta mais notável foi uma placa retangular de prata de 34,7 cm de comprimento por cerca de 7,5 centímetros de largura, retratando várias divindades, incluindo a deusa Argimpasa ou Artimpasa, que era geralmente associada à fertilidade, soberania, e a força espiritual.
O túmulo tinha sido saqueado em tempos antigos, mas o telhado da cripta já havia caído, por isso, alguns dos artefatos funerários sobreviveram.

"A descoberta dá uma importante contribuição para os nossos conceitos de crenças citas. Em primeiro lugar, algumas divindades são representadas uma só vez em um item. Em segundo lugar, é o primeiro exemplo de um objeto que retrata divindades a ser encontrado tão longe dos principais centros citas", explicou o professor Valery Gulyaev responsável pela expedição.

Local das escavações em necrópole do século IV a.C., conduzidas na região de Voronezh, Rússia
No artefato de prata a referida deusa é retratada cercada por figuras aladas de grifos com cabeça de águia, escreve portal Heritage Daily.
Segundo sugerem os arqueólogos, trata-se de uma fusão cultural de tradições entre Ásia Menor e Grécia Antiga. Artimpasa também era uma deusa andrógina da guerra e fecundidade, sendo a variante cita da deusa iraniana Arti, que Heródoto comparou com Afrodite.
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