O Japão pode intervir militarmente no caso de um conflito entre a China e Taiwan, afirmou no domingo (21) o jornal South China Morning Post.
"O Japão não só tem enviado sinais ao nível oficial e individual, mas também tentou realizar ações práticas de resposta através da aliança Japão-EUA ou agiu parcialmente sozinho no atual quadro legal", de acordo com um artigo no jornal Asia-Pacific Security and Maritime Affairs citado pela mídia.
Especialistas chineses têm avisado que Tóquio pode usar missões de manutenção da paz da ONU para se tornar uma grande potência, sendo que, desde 1992, quando começou a participar de missões da ONU, as restrições à utilização de suas forças militares e às atividades de manutenção da paz têm sido relaxadas.
Além disso, pesquisadores da China referem que a Lei de Segurança Nacional de 2015 permitiu às Forças de Autodefesa do Japão o direito de participar de ações de "defesa coletiva", e alargou seus poderes.
Liu Jiangyong, especialista em relações sino-japonesas da Universidade de Tsinghua, China, diz estar preocupado com as ambições mundiais do Japão, ao mesmo tempo que tenta conter seu vizinho. Ele acrescentou que o país se aliou com os EUA, Austrália, Índia, OTAN e a Associação de Nações do Sudeste Asiático para colocar a China em xeque quando Pequim começou a desenvolver a Nova Rota da Seda, um projeto de infraestruturas ferroviárias e portuárias em várias partes do mundo.
Nos últimos anos as Forças Armadas do Japão e dos EUA têm realizado vários exercícios conjuntos e, no início desta semana, os dois países conduziram as primeiras manobras antissubmarino no mar do Sul da China.
Pequim declara que Taiwan é uma província rebelde cujo destino é um dia se reunificar com a China continental, e tem instado outros países a não se intrometerem no que diz ser um assunto interno da China.