Em entrevista no Fórum de Segurança Internacional de Halifax, no Canadá, o general afirmou que esse "atraso" dos Estados Unidos pode ser prejudicial para a segurança nacional.
"Temos que recuperar o atraso muito rapidamente. Os chineses têm um programa hipersônico incrível", disse, acrescentando que "isso complica grandemente o problema de alerta estratégico".
Thompson também comparou o uso de mísseis hipersônicos com uma luta de bolas de neve, dizendo que eles estão "mudando o jogo" para a defesa e segurança nacional. Quando uma bola de neve é lançada, você geralmente pode prever onde ela vai cair. Porém, se o projétil é jogado em uma direção diferente, é mais difícil detectá-lo – mas ele ainda vai bater em você.
Falando sobre a posição da China em termos de capacidades tecnológicas em comparação com os EUA, o general notou que a velocidade com a qual os chineses alcançaram os países mais desenvolvidos, inclusive os Estados Unidos, é incrível. "E eles estão desenvolvendo sua tecnologia muito mais rápido, com o dobro do ritmo que temos."
Ao responder como a China conseguiu atingir um ciclo de produção e inovação tão rápido, ele acusou o excesso de burocracia dos militares dos EUA: "Parte disso é, eu diria, a burocracia que nós construímos em nossa defesa e empresa de aquisição, não apenas no espaço, mas em outras áreas".
Mais do que isso, de acordo com o relatório de outubro feito pelo Serviço de Pesquisas do Congresso, os Estados Unidos estão ficando para trás da Rússia e China porque "a maioria dos mísseis hipersônicos americanos, em contraste com os da Rússia e da China, não estão sendo desenhados para utilização com uma ogiva nuclear".
"Em resultado, as armas hipersônicas americanas vão provavelmente exigir maior precisão e serão tecnicamente mais difíceis de desenvolver do que os sistemas de armas nucleares chineses e russos", constataram os especialistas do serviço.
Os EUA planejam gastar US$ 3,8 bilhões (R$ 21,33 bilhões) em mísseis hipersônicos no ano fiscal de 2022, segundo o documento.