Uma equipe internacional de cientistas detectou um buraco negro na galáxia de Andrômeda, vizinha da nossa, que poderia ajudar a explicar a evolução desses objetos espaciais, segundo um estudo publicado no portal de pré-impressão arXiv.
O buraco negro, chamado de M31 e encontrado no aglomerado de estrelas B023-G078, é um dos poucos de massa intermediária (IMBH, na sigla em inglês) encontrados até agora, contendo quase 100.000 vezes a massa do Sol, indica a pesquisa. O IMBH foi encontrado através de "modelos de massa de alta resolução e cinemática", segundo Renuka Pechetti, astrônoma da Universidade John Moores de Liverpool, Reino Unido.
Pechetti e sua equipe acreditam, com base em assinaturas sutis na luz do M31, que ele foi criado há 10,5 bilhões de anos durante o processo de fusão de duas galáxias, algo que ocorreu várias vezes com a Via Láctea e Andrômeda. A galáxia que foi consumida por Andrômeda teria sido uma galáxia anã.
Detectamos a assinatura dinâmica de um buraco negro de massa intermediária Aglomerado Globular de Andrômeda, o mais massivo. Isto provavelmente significa que este aglomerado é um núcleo arrancado de uma galáxia maior.
Os pesquisadores creem que esta descoberta, cuja publicação foi aceita pela Sociedade Astronômica Americana (SAS, na sigla em inglês), poderia ajudar a entender a formação dos buracos negros supermassivos, além de dar uma ideia melhor das correlações que existem entre as galáxias e os buracos negros.
O B023-G078, um acumulado aproximadamente esférico de estrelas unido gravitacionalmente de 6,2 milhões de massas solares, é o aglomerado de estrelas mais massivo de Andrômeda, sendo que os autores do estudo estimam que o buraco negro constitui cerca de 1,5% de sua massa, ou 91.000 massas solares.
Os buracos negros conhecidos são divididos em classes de massa estelar (de cinco a dezenas de vezes a massa do Sol), IMBH (de dezenas a 100.000 vezes a massa do Sol) e os supermassivos (de 100.000 a bilhões de vezes a massa do Sol). Devido à falta de sinais visuais emitidos pelos buracos negros, sua existência é usualmente descoberta através do curso das órbitas dos objetos espaciais em seu redor.