Tais acusações devem ser baseadas em fatos, afirmou Maria Zakharova, comentando as alegações de que a Rússia estaria se aproveitando da crise migratória para se preparar para uma intrusão na Ucrânia.
"É mais uma mitologema do tipo que já ouvimos, os chamados tanques russos que nós supostamente transportávamos em comboios humanitários. Histórias sobre os túneis que quase teriam sido construídos entre a Rússia e o Sudeste da Ucrânia."
"Por isso, devemos nos relacionar com isso da mesma maneira. Se há fatos – então mostrem-nos, então vamos falar. Se não há, então é hora de corrigir os erros dessas histórias inexistentes que têm passado pelas páginas da mídia ocidental durante sete anos a respeito da Ucrânia", acrescentou.
A representante oficial explica que o Ocidente envolve o Kremlin na crise migratória na fronteira para utilizar isso como um fator "pesado" para realizar acusações. "Porque o Ocidente coletivo não gosta e não pode admitir seus próprios erros", disse.
Os serviços secretos dos EUA consideram que a Rússia pode supostamente planejar uma invasão da Ucrânia no início de 2022 e realizar esse plano inclusive através do território de Belarus, relata a agência Bloomberg. Segundo a mídia, Moscou teria convocado "dezenas de milhares" de reservistas "em uma escala sem precedentes na época pós-soviética".
Ontem (21), o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, disse que esses relatos fazem pensar em que as provocações não são de excluir, e que essa histeria está sendo intensificada artificialmente.
Nas últimas semanas, vários milhares de imigrantes se amontoaram na fronteira Belarus-Polônia para tentarem entrar nos países da União Europeia. As autoridades polonesas reforçaram a segurança fronteiriça e estão prevenindo as tentativas dos imigrantes para cruzarem a fronteira. A Europa acusa Belarus de organizar essa crise, enquanto Minsk nega todas as alegações.