Em comunicado divulgado para a imprensa, a Aprosoja não poupou críticas aos parlamentares da União Europeia.
A entidade chamou de "protecionismo comercial disfarçado de preocupação ambiental" a iniciativa da UE de tentar proibir a entrada de produtos agropecuários, sob a alegação de que é preciso conter o desmatamento.
As críticas foram feitas no esteio de um novo projeto de lei apresentado, na última quarta-feira (17), ao Parlamento da UE, que faz uma lista de commodities, a maior parte produzida pelo Brasil, como soja, café, carne bovina e cacau, que poderão ser impedidas de entrar na região.
"A UE precisa entender que não é mais a metrópole do mundo, e que o Brasil e demais países da América do Sul deixaram de ser suas colônias", informa trecho de uma nota da Aprosoja, segundo informações do jornal O Globo.
A entidade sustenta que a iniciativa europeia é uma "afronta à soberania nacional", e reafirma que a nova regra, se aprovada pelo Parlamento europeu, poderá afetar outros mercados.
Para Aprosoja, se a União Europeia obrigar o cumprimento de exigências pelas suas indústrias, toda a soja produzida no Brasil passaria a ser obrigada a cumprir a norma.
A entidade lembrou ainda que o governo brasileiro se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal até 2028, durante a conferência mundial sobre o clima.
Por que a Lei está sendo criticada?
Em linhas gerais, a UE pode criar um dispositivo legal que põe sob a responsabilidade exclusiva dos produtores a preservação entre 20% e 80% de vegetação nativa em suas fazendas, além de topos de morros, cursos d’água e toda sua biodiversidade.
A lei europeia visa impedir a importação de matérias-primas oriundas de áreas de desmatamento, e vai exigir que as empresas provem que sua cadeia de fornecedores não está relacionada a qualquer tipo de destruição de florestas.
Em Guaíra, no estado brasileiro de São Paulo, uma colheitadeira de soja é operada na fazenda Lagoa Santa, em 16 de fevereiro de 2018. Foto de arquivo
© Folhapress / Ricardo Benichio