"Se você quer um culpado, sou eu. Não vou dizer que foi o ministro A ou ministro B. Eu que não consegui fazer a integração de forma que funcionasse", declarou o general, em entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, após a sétima reunião do Conselho - a última de 2021 -, conforme noticiou o Estadão.
Apesar disso, Mourão argumentou que não possui um papel executivo na gestão federal.
"Eu tenho meus limites na minha cadeira de presidente do Conselho. Eu não posso dar ordem. Isso é uma limitação bem grande. O governo é exercido pelo governo e seus ministros", afirmou o vice-presidente.
Mourão justificou que a integração entre as Forças Armadas e as agências de fiscalização para conter o desmatamento na Amazônia só teria ocorrido na fase final da Operação Samaúma, que começou no fim de junho de 2021. Dessa forma, segundo ele, não teria havido tempo hábil para uma ação efetiva.
19 de novembro 2021, 15:20
O desmatamento na floresta saltou 21,97% entre agosto de 2020 e julho de 2021 na comparação anual, o maior índice em 15 anos, de acordo com dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
"Essa é a minha análise para o resultado ter sido tão ruim como foi. Forças Armadas não são agências de fiscalização. O trabalho delas é criar condições para que agências estejam no terreno com proteção e mobilidade tática", disse Mourão.
A Operação Samaúma foi autorizada em 28 de junho deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro, através de um decreto de Garantia da Lei da Ordem (GLO) para as Forças Armadas atuarem na Amazônia. O texto expirou em 15 de outubro e não foi renovado.