Manhã com Sputnik Brasil: destaques desta quinta-feira, 25 de novembro

Uma mudança introduzida na PEC dos Precatórios pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, nesta quarta-feira (24), pode autorizar o governo federal a driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal. A lei obriga o Planalto a indicar a fonte de recursos para criar nova despesa permanente, mas com essa alteração o governo poderia elevar o valor dos programas sociais sem indicar de onde virá o dinheiro. Após uma disputa entre o governo e o relator da proposta, deputado Marcelo Aro, a votação sobre o Auxílio Brasil, novo programa social do governo que substitui o Bolsa Família, foi adiada novamente. Até o momento, o governo anunciou um reajuste de 17,84% para o Auxílio Brasil em relação ao Bolsa Família, um complemento provisório para que os beneficiários do programa recebam R$ 400 até o fim de 2022. Se a PEC for aprovada com essa mudança, o texto permitirá o aumento para essa quantia de forma permanente.

Na tarde desta quarta-feira (24), a cidade de São Paulo atingiu a marca de 100% da população com mais de 18 anos com o esquema vacinal completo contra a COVID-19. De acordo com dados da Secretaria de Saúde da gestão Ricardo Nunes, o número é 100,03%, o que significa que há adultos de outras cidades que se imunizaram no município. O vacinômetro municipal estima a população adulta na cidade em mais de 9,2 milhões de pessoas. "A cidade de São Paulo se solidifica como a capital mundial da vacina. A gente consolida a nossa liderança, a cidade que mais vacinou no mundo, e eu só tenho que agradecer à população de São Paulo, que aderiu à vacinação e está acreditando na vida, protegendo a sua vida e a dos outros", disse Nunes ao jornal Folha de São Paulo Nunes. Enquanto isso, em 21 de novembro, o Brasil chegou a 80% dos adultos completamente vacinados contra o coronavírus. O país confirmou mais 176 mortes e 4.686 casos de COVID-19, totalizando 613.416 óbitos e 22.043.417 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.

A aliança de partidos de centro e esquerda anunciou na quarta-feira (25) um acordo para formar o novo governo na Alemanha. Dois meses após a vitória do Partido Social‑Democrata contra o bloco conservador de Merkel, eles concluíram um roteiro sobre os planos para os próximos quatro anos da Alemanha, com os Verdes e o Partido Democrático Liberal. O ministro das Finanças, do Partido Social-Democrata, Olaf Scholz, será o 9º chanceler da Alemanha. Ele foi eleito ao Parlamento pela primeira vez em 1998, e ocupou o cargo de ministro do Trabalho no governo federal em 2007-2009, no gabinete de Angela Merkel, durante a crise financeira global. Scholz parece estar posicionado como o sucessor natural de Merkel, embora pertença a um partido diferente. O acordo atingido relativamente rápido provavelmente será recebido com alívio pelos parceiros internacionais, que não querem acrescentar um impasse governamental na Alemanha aos problemas da pandemia, crise migratória Belarus-Polônia e fraca recuperação econômica. Em sinal de urgência, Merkel, que está se aposentando da política após quatro mandatos, convocou a nova coalizão para conversações sobre a pandemia nesta terça-feira (23).

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se comprometeram a intensificar os esforços para conter o recente fluxo de migrantes cruzando o canal da Mancha, a fronteira entre os dois países, conforme declarações do porta-voz de Johnson. Esse compromisso foi anunciado após a confirmação das autoridades da França de que 27 pessoas morreram na sequência de mais um incidente na costa francesa. Ontem (24), um barco que levava imigrantes para o Reino Unido afundou no canal. Uma operação conjunta franco-britânica foi montada para procurar possíveis sobreviventes e permanecia em andamento na noite desta quarta-feira (24). As nacionalidades dos viajantes não foram divulgadas. Macron chamou para realizar "um encontro de emergência dos ministros europeus sobre o desafio migratório" e declarou que a França não vai permitir que o canal da Mancha se torne "um cemitério". "Tudo será feito para encontrar e condenar os responsáveis" pelo incidente, afirmou. O ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, confirmou que quatro alegados traficantes envolvidos no acidente foram detidos.

Nesta quarta-feira (24), o tribunal do estado americano da Geórgia considerou culpados os três homens acusados do homicídio de Ahmaud Arbery em 2020. Em 23 de fevereiro de 2020, três homens brancos, Gregory McMichael, Travis McMichael e William Bryan, tentaram alegadamente deter o cidadão Ahmaud Arbery, um homem negro de 25 anos, durante uma corrida em uma rua do bairro Satilla Shores de Brunswick, na Geórgia, que eles arbitrariamente suspeitaram de roubo. O incidente foi gravado por um dos acusados, quando eles perseguiam Arbery em seu caminhão e cortavam sua rota de fuga antes de confrontá-lo com armas de fogo. Arbery estava desarmado e tentou fugir dos homens antes de ser baleado três vezes por Travis, até a morte. O vídeo do homicídio se tornou viral nas redes sociais em maio de 2020, e ajudou a inflamar os protestos do movimento Black Lives Matter nos Estados Unidos, que virou a maior revolta social no país deste os confrontos por direitos civis nos anos 1960. O presidente americano Joe Biden comentou o veredito dizendo que "nada pode trazer o Sr. Arbery de volta à sua família e à sua comunidade, mas o veredicto assegura que aqueles que cometeram este crime horrível serão punidos."

O Reino Unido, a França e a Alemanha estão exortando o Irã a restabelecer imediatamente o acesso da Agência Internacional de Energia Atômica à instalação de Karaj, segundo comunicado conjunto dos três países, divulgado ontem (24). Segundo eles, o Irã dificulta seriamente a possibilidade da agência internacional de monitorar o programa nuclear iraniano. "Exortamos o Irã a restabelecer urgentemente o acesso da AIEA à instalação de Karaj, a fim de verificar se a produção de tubos de rotor das centrífugas e foles foi retomada e a fim de instalar câmeras de substituição. O Irã deve também indicar onde se encontram as unidades de registro e meios de armazenamento da AIEA perdidos. É essencial que o Irã regresse à implementação completa dos compromissos da AIEA em relação ao JCPOA, inclusive à aplicação do Protocolo Adicional, o mais rápido possível", diz o texto. "Ao expandir suas atividades nucleares, o Irã também reduziu consideravelmente a cooperação com a AIEA e dificultou gravemente a capacidade da agência de monitorar o programa iraniano", acrescentou.