Na quinta-feira (25), o presidente, Jair Bolsonaro, fez algumas declarações acerca do seu ex-colega e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. De acordo com o presidente, Moro tem "recalque" da sua gestão, segundo o UOL.
"O Sergio Moro não consegue conversar com as pessoas. E outra, [ele] está juntando ex-ministros meus, parece um recalque […]. Não vou desejar boa sorte porque sei que o Brasil não estará bem com ele, mas o que acontecer, o que o povo decidir, as consequências o próprio povo vai sentir", afirmou.
Possivelmente quando fala "está juntando ex-ministros meus", Bolsonaro faz referência à filiação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz ao partido que Moro se filiou, o Podemos, na quinta-feira (25).
Santos Cruz foi chefe da Secretaria de Governo de janeiro a junho de 2019, e desde que saiu, não tem poupado críticas a Bolsonaro. De acordo com a mídia, o nome do general seria um dos cogitados para ser vice de Moro se ele vier como candidato à presidência.
O então ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro durante evento em Brasília em 9 de agosto de 2019, quando ainda tinham bom relacionamento e forte aliança
© AP Photo / Eraldo Peres
Eleição e debates
Ainda durante as declarações, o chefe do Executivo voltou a afirmar que não tem certeza se virá como candidato ano que vem, entretanto, mesmo que não venha, para Bolsonaro o importante é não deixar a esquerda vencer.
"Não decidi ainda se vou disputar a reeleição ou não. O que quero para o Brasil não é eu ser reeleito, se porventura eu vir a ser candidato, é não deixar que a esquerda volte para o poder, porque se voltar será o fim de todos nós", declarou.
Segundo a mídia, o presidente admitiu que as eleições estão polarizadas entre ele e o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e também afirmou que não vê um candidato como terceira via.
Sobre os debates, o mandatário afirmou que, diferente de 2018, ele participará das rodadas de discussão, mas só estará presente desde que não sejam feitos ataques pessoais aos seus familiares e amigos.
"Pretendo participar de debates, mas da minha parte não vai ter guerra. Tenho quatro anos de mandato para mostrar o que fiz. O Lula tem oito anos de mandato, mas o tempo da Dilma que ele também participou. Agora não posso aceitar provocações, coisas pessoais, porque aí você foge da finalidade de um bom debate", disse.