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Garimpeiros em rio na Amazônia falam em fazer tocaia contra a polícia

Garimpeiros estão há dias ancorados com balsas ilegais no rio Madeira, na Amazônia, promovendo crimes ambientais e desafiando autoridades.
Sputnik
A situação envolvendo as balsas clandestinas que avançam pelas águas do rio Madeira ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (26).
O jornal O Estado de São Paulo denunciou que os garimpeiros no local trocaram áudios que mostram que parte do grupo defende que alguns deles façam tocaias na floresta para surpreender agentes de fiscalização em caso de abordagem.
Balsas de garimpo de ouro operam ilegalmente no rio Madeira, em frente a cidade de Humaitá, no sul do Amazonas. Foto de arquivo

"Meu amigo, se você for contar, tem mais garimpeiro que polícia em todo canto, entendeu? Se vocês ficarem entocados dentro de uma mata dessa aí, um lá na ponta, outro aqui. Se eles começarem, vocês largam bala, entendeu? Deixa a balsa bem pertinho da beira e larga bala", disse um dos garimpeiros, segundo a publicação.

Em outra mensagem, eles reafirmam o entendimento de que a repressão policial não teria condições de enfrentá-los.

"Meu parceiro, o tanto de garimpeiro que tem... Pode vir o comboio, pode vir pra cima que não dá conta, não. Nós temos que fazer é juntar os garimpeiros de todas as comunidades e ir para cima".

Mourão organiza força-tarefa

Após determinação do vice-presidente Hamilton Mourão, foi criada uma grande força-tarefa entre a Polícia Federal (PF) e agentes das Forças Armadas e do Ibama para se deslocar à região.
O vice-presidente afirmou ontem (25) que o narcotráfico poderia estar envolvido com a situação no rio Madeira.

"Nós temos tido vários informes de que o narcotráfico, essas quadrilhas, na ordem de proteger suas rotas, subiram para lá. Uma das formas de se manterem é apoiando ações dessa natureza [garimpo]. Até porque, se o ouro é extraído ilegalmente, é um ativo que eles podem trocar por droga", disse Mourão.

O vice-presidente comentou que a PF, a Marinha e o Ibama já estão se preparando para agir. "A Marinha tem de verificar quem tem embarcação legal. O pessoal que está na ilegalidade vai ter a embarcação apreendida", disse.
Ainda não há números precisos sobre a quantidade de balsas que estão na região. No início, falava-se em cerca de 600 balsas. Imagens aéreas permitem contabilizar pelo menos 300 embarcações clandestinas paradas no mesmo ponto.
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Garimpeiros fazem 'paredão' com 600 balsas contra fiscalização no rio Madeira (FOTOS, VÍDEO)
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