A Rússia é a ameaça mais aguda à segurança nacional do Reino Unido, afirmou Nick Carter, chefe do Estado-Maior britânico.
"Me tornei chefe do Exército no verão [europeu] de 2014, e estávamos discutindo na época se a ameaça era do extremismo violento ou se era uma ameaça estatal da Rússia. Nessa época, o argumento do extremismo violento ganhou por pouco. Mas depois, em 2018, tivemos o ataque à família Skripal em Salisbury e se tornou demasiado óbvio que a Rússia era a ameaça mais aguda ao nosso país", disse ele, citado na sexta-feira (26) em uma entrevista ao jornal The Telegraph.
Segundo Carter, "a Rússia é a ameaça mais aguda e gerir isso está no topo da minha lista. Está na lista de prioridades de topo do conselheiro de Segurança Nacional", atualmente Stephen Lovegrove.
O general sublinhou que as ameaças relativas à Rússia e à China não são de caráter convencional.
"A forma com que as ameaças surgem hoje, não são bem uma ameaça convencional; são mais o que eu chamo de atividade na zona cinzenta, onde os adversários veem o mundo como uma luta contínua, na qual todos os instrumentos de poder podem ser usados, desde que não tragam uma guerra quente", acrescentou o militar, que em breve deixará seu posto.
Sergei Skripal, ex-oficial de inteligência russo, e sua filha, foram envenenados em março de 2018 na cidade britânica de Salisbury. Londres acredita que a Rússia teve um papel no que chamou de tentativa de assassinato, mas Moscou nega essa acusação. Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse que não há evidências que incriminem o Estado russo.