Propagação e combate à COVID-19

Ômicron: dezenas de casos são detectados na Europa, cientistas alertam sobre sintomas diferentes

Vários países europeus, mas também de outros continentes, registraram testes positivos de nova variante da COVID-19, vinda da África do Sul, e alguns deles têm aplicado restrições de viagens como resposta.
Sputnik
A variante Ômicron da COVID-19, ou B.1.1.529, tem se espalhado desde que sua existência foi anunciada na quarta-feira (24).
No sábado (27) os Países Baixos detectaram que 13 dos 61 testes positivos para o SARS-CoV-2 em um voo da companhia aérea KLM vindo da África do Sul correspondiam à Ômicron, segundo artigo de domingo (28) do jornal De Telegraaf.
Os 13 afetados foram isolados em um hotel, com Hugo de Jonge, ministro da Saúde do país europeu, instando as pessoas que regressaram nos últimos dias da África do Sul a fazerem testes de coronavírus e a se autoisolarem.

Disseminação da variante em vários países

O Instituto Statens Serum da Dinamarca também informou no domingo (28) que foram encontrados dois casos da B.1.1.529 em passageiros vindos da África do Sul.
"Terminamos agora o sequenciamento do genoma completo das amostras PCR dos dois viajantes e podemos confirmar que há dois casos. A variante do vírus é Ômicron", referiu Henrik Ullum, diretor do instituto.
A Alemanha, por sua vez, comunicou que há pelo menos três casos da nova variante no estado de Hesse, conforme relatado por Kai Klose, ministro dos Assuntos Sociais estadual. Ele disse no sábado (27) que foi descoberto um caso da Ômicron em um voo desde a África do Sul ao Aeroporto de Frankfurt, escreveu no domingo (28) a agência britânica Reuters.
Neste domingo (28) entraram em vigor na Alemanha restrições aplicáveis a viagens do país africano, que apenas permitem voos de cidadãos alemães desde a África do Sul à Alemanha, e até os vacinados têm que passar 14 dias em quarentena.
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Em relação aos EUA, o país está considerando medidas a tomar frente ao avanço da cepa.

"Todos sabemos que quando tem um vírus que já foi para múltiplos países, ele chegará aqui inevitavelmente. A questão é, estaremos preparados para ele?", comentou no domingo (28) o dr. Anthony Fauci, conselheiro médico principal do presidente norte-americano e diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) dos EUA, citado pela emissora norte-americana ABC News.

O governo norte-americano planeja impor na segunda-feira (29) uma proibição de viagens desde oito países africanos, incluindo a África do Sul, apesar de as restrições não se aplicarem a voos de cidadãos dos EUA e estrangeiros com residência legal e permanente no país.
Outros países, como Austrália, Filipinas, Indonésia, Israel, Marrocos e Tanzânia, também relataram casos da B.1.1.529 nos últimos dias, e têm aplicado diferentes tipos de restrições a viagens. Israel e Marrocos impuseram uma proibição completa de voos de chegada, sendo que o governo israelense também fechou completamente as fronteiras ao exterior.

Que sintomas tem a nova variante?

Médicos da África do Sul dizem que esta variante afeta principalmente jovens e, ao contrário das cepas até agora, os sentidos de olfato e paladar não desaparecem, mas surge febre e prostração, bem como ritmo cardíaco acelerado, relata o portal SM-News.
A variante Ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul em 11 de novembro, sendo que os primeiros casos foram registrados na quarta-feira (24).
Trata-se da segunda variante da COVID-19 de alta disseminação mundial encontrada na África do Sul, depois da Beta, ou linhagem B.1.351, que foi registrada pela primeira vez no país em 18 de dezembro de 2020.
A OMS anunciou na sexta-feira (26) a Ômicron como variante de preocupação, especialmente devido a ter 32 mutações, um número mais alto que nas cepas anteriores, e por ter substituído a variante Delta com uma rapidez muito maior que essa, promovendo a ideia de uma maior transmissibilidade que as anteriores cepas. O número de casos da B.1.1.529 tem aumentado rapidamente na África do Sul nas últimas semanas.
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