Durante discurso no Encontro Nacional de Camponeses, Nativos e Urbanos do Peru, o presidente acusou as elites e setores da direita peruana de se recusarem a reconhecer os resultados das últimas eleições e de desestabilizarem o país.
Horas antes de uma marcha convocada por partidos políticos de direita ser realizada na capital do país, Castillo garantiu que os promotores de sua demissão "não toleram que um professor rural e fazendeiro chegue à presidência" e acrescentou que "o que eles querem é recuperar o poder para continuar adulterando e manipulando com os grupos de poder".
"Este é um golpe de Estado, é claramente uma violação da vontade popular", assinalou o ministro do Interior, Avelino Guillén. Trata-se de "uma estratégia política dirigida a derrubar um governo legítimo", disse ao El Comercio.
Estamos governando para melhorar as condições de vida da população de um país que vive uma grave crise por causa da pandemia. Infelizmente, um setor golpista eleito para legislar prioriza a desestabilização. As pessoas tirarão suas conclusões. Continuamos trabalhando!
A ministra da Mulher e Populações Vulneráveis, Anahí Durand, denunciou que, após apenas quatro meses de governo, existe "um setor golpista que não assimila sua derrota e que, permanentemente, está boicotando e erodindo a democracia" para exercer pressão e "manter seus privilégios e sua impunidade", disparou.
É um novo golpe para a democracia e para a vontade popular de quem nunca aceitou a derrota e desde o primeiro dia falavam (sem provas) em fraude e hoje estão promovendo uma vacância. O povo vai responder, como sempre fez, nas ruas.
A legisladora do partido Juntos pelo Peru, Sigrid Bazán, também classificou a moção como "um novo golpe para a democracia e a vontade popular daqueles que nunca aceitaram sua derrota" e que desde o primeiro dia de governo "falava de uma fraude e hoje estão promovendo uma vacância".
Apresentada no Parlamento após reunir apenas 28 assinaturas vindas de parlamentares de oposição, a moção, para ser discutida, necessitava de 52 assinaturas.
No Peru, dos 130 parlamentares, 87 deveriam se manifestar favoráveis para a destituição de um presidente.