De acordo com o levantamento do portal Congresso em Foco, em 2021, o volume deve ser igualmente alto, já que até a última quinta-feira (25) foram autorizados R$ 636,5 milhões para o mesmo fim.
A publicação ressalta que a maior parte destes valores acaba em projetos na região da Amazônia, em construções de asfaltamento de ruas, e investimento em equipamentos novos para hospitais militares.
O deputado Luiz Philippe De Orleans e Bragança (PSL), por exemplo, conseguiu cerca de R$ 1,4 milhão para que a Marinha do Brasil reforme a Ilha Fiscal, na Baía de Guanabara.
Já a deputada Carla Zambelli destinou R$ 200 mil para que uma fundação, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), operacionalizasse o Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
A publicação ressalta ainda que, do chamado "orçamento secreto", cerca de R$ 529 milhões foram destinados para a "defesa nacional" entre 2020 e 2021.
Apesar de bancadas, deputados e senadores de todos os locais do Brasil apresentarem suas emendas ao orçamento com a assinatura "defesa nacional", são poucos os que estão vinculados a partidos de esquerda que fazem suas propostas.
O número de emendas também cresceu exponencialmente desde o primeiro ano de Michel Temer (2016) no governo federal. No orçamento de 2016, eram 81 emendas designadas como "defesa nacional".
Em 2017, eram 276; no ano seguinte, 328; em 2019, 540; em 2020, o primeiro orçamento feito sob o governo de Jair Bolsonaro, foram 764. Neste ano, apesar de uma redução que baixou para 665 emendas, o número é 820% maior que há cinco anos.
Desde 2019, primeiro ano da presidência de Jair Bolsonaro, deputados mais ligados à causa militar têm atuado para garantir emendas em obras para ampliar e modernizar as estruturas de militares.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante uma cerimônia pelo Dia do Exército, em Brasília, no 17 de abril de 2019. Foto de arquivo