Os dois lados discutiram a resposta da comunidade internacional à crise humanitária no Afeganistão, e a delegação dos EUA prometeu continuar a apoiar os esforços da ONU para lidar com a situação.
De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a delegação norte-americana debateu durante o encontro os interesses norte-americanos com representantes do Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista).
No encontro, realizado em Doha, no Catar, as autoridades dos EUA "expressaram profunda preocupação com as alegações de abusos dos direitos humanos e instaram o Talibã a proteger os direitos de todos os afegãos".
Thomas West cobrou medidas para que o novo governo do Afeganistão faça cumprir a política de anistia geral, tomando iniciativas para "formar um governo inclusivo e representativo", escreve o Departamento de Estado.
A delegação dos EUA também enfatizou a importância de o Talibã cumprir seu compromisso com a libertação segura do refém Mark Frerichs, engenheiro civil norte-americano que desapareceu no Afeganistão em janeiro de 2020.
Os Estados Unidos destacam ainda que o Departamento do Tesouro emitiu licenças gerais para apoiar o fluxo contínuo de assistência humanitária ao povo do Afeganistão e outras atividades que atendem às necessidades humanas básicas.
O Talibã, por sua vez, reiterou sua promessa de não permitir que o território do Afeganistão seja usado por ninguém para ameaçar qualquer país. Autoridades dos EUA expressaram preocupação com a presença contínua da Al-Qaeda e do Daesh (organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países) no Afeganistão.
A delegação dos EUA agradeceu o recente empenho por parte dos líderes do Talibã em expressar apoio ao acesso de mulheres e meninas à educação, e pediu a implementação desse compromisso em todo o país.
O Talibã reafirmou seu compromisso de se envolver com a comunidade internacional no acesso total à educação, e saudou os esforços para verificar e monitorar o progresso para matricular mulheres e meninas nas escolas em todos os níveis.
Um soldado afegão perto da bandeira do Daesh. Foto de arquivo
© AFP 2023 / NOORULLAH SHIRZADA