As Forças Armadas dos EUA vão revisar se houve má conduta durante um ataque de drone na Síria de 2019 que teria matado dezenas de civis, anunciou na segunda-feira (29) John Kirby, porta-voz do Pentágono.
Como relata o portal Military Times, a tarefa recairá sobre Michael X. Garrett, general e chefe do Comando das Forças Armadas, que tem 90 dias para examinar não só o próprio ataque, mas também a forma como seus resultados foram investigados e transmitidos à cadeia de comando. Garrett chefiava o Comando das Forças Armadas até 8 de março de 2019, dez dias antes do ataque.
"Ele vai revisar os relatórios de investigação já conduzidos sobre esse incidente, e conduzirá uma investigação adicional sobre os fatos e circunstâncias relacionados a ele", explicou Kirby.
Segundo ele, isso inclui baixas civis, o cumprimento da lei de guerra, verificar se as lições de investigações anteriores foram aplicadas, se alguns dos militares envolvidos devem sofrer medidas disciplinares e se há políticas e procedimentos que devem ser atualizados.
Em 13 de novembro, o jornal New York Times (NYT) relatou que um ataque aéreo em 18 de março de 2019, nunca antes divulgado, em Baghouz, Síria, contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), alvejou um grupo de mulheres e crianças, matando 70 civis. Em 3 de novembro o Pentágono anunciou que não houve má conduta em um outro ataque de drone de agosto em Cabul, que tirou a vida de dez civis.
O artigo do NYT indicou que a investigação sobre o ataque "foi interrompida e privada de qualquer menção sobre o ataque", e que a liderança do Pentágono "parecia estar determinada a enterrar isso [o assunto]".