Embora seja muito cedo para tirar conclusões, alguns dos principais especialistas em doenças infecciosas expressam alguma esperança.
Desde o início da pandemia, epidemiologistas têm pensado que isso poderia ser uma forma de lidar com o problema. O vírus poderia se transformar em uma forma mais benigna, que continuaria se espalhando, mas mataria menos pessoas e haveria menos internações em hospitais.
Foi isso que aconteceu com o vírus da gripe suína H1N1 em 2009, que se propagou de tal forma que foi considerado uma pandemia, e ele pode explicar as origens do resfriado comum, escreve portal The Age.
As primeiras informações da África do Sul, onde Ômicron parece já estar substituindo Delta como a cepa dominante, sugerem que essa nova variante que apresenta mutações radicais pode ser aquela por qual os especialistas têm esperado.
"Ainda não sabemos, mas há algumas pistas que [Ômicron] pode ser menos virulenta. Embora neste momento seja um pouco desesperador, isso pode funcionar a nosso favor", observou Tony Blakely, epidemiologista da Universidade de Melbourne, na Austrália.
Catherine Bennett, epidemiologista da Universidade Deakin, enquanto também é cautelosa, diz que neste momento as evidências dão motivos de otimismo.
"Há uma possiblidade de que estejamos presenciando uma versão mais infecciosa e menos virulenta do vírus, que seria uma destas etapas ao longo de um caminho mais feliz para conviver com o vírus. Tanto recebemos indícios que pode [ser] OK como recebemos sinais de que pode ser um pouco preocupante", disse Bennett.
A comunidade global está bastante preocupada com a chegada de Ômicron. A Organização Mundial da Saúde (OMS) levou vários meses para classificar a Delta como variante preocupante, no entanto, a nova cepa foi elevada ao mesmo nível somente dois dias após o primeiro caso ter sido confirmado.
Poderia Ômicron acabar com a variante Delta?
Segundo a teoria, se uma cepa menos virulenta se tornar dominante, mais pessoas vão se infectar, mas menos ficarão gravemente doentes.
Desta forma, o vírus, embora sendo um problema, também se tornaria parte da solução. Cada pessoa que recupera de um caso leve fica com imunidade.
Neste cenário, futuros surtos de COVID-19 colocariam menos pressão sobre os sistemas hospitalares e de saúde pública em comparação com a variante Delta.
A variante Ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul em 11 de novembro, sendo que os primeiros casos foram registrados na quarta-feira (24).