Ciência e sociedade

Ancestral humano ainda desconhecido deixou pegadas de 3,7 mi de anos na África, diz estudo (FOTO)

Um conjunto de pegadas de 3,7 milhões de anos foi inicialmente pensado como tendo sido deixado por um urso andando em pé, mas agora foi reinterpretado como as pegadas de um hominídeo não identificado.
Sputnik
Há 40 anos atrás pegadas encontradas em Laetoli, Tanzânia, datadas de 3,7 milhões de anos, deixaram os cientistas encucados: são pegadas de ursos ou de hominídeos? Agora, a dúvida parece ter sido desvendada através de um estudo publicado hoje (1º) na revista Nature.
Segundo pesquisadores, é bastante provável que as pegadas sejam de um hominídeo, entretanto, "não é um hominídeo comum", de acordo com a líder do estudo dra. Ellison McNutt da Universidade de Ohio (EUA) citada pelo Science Alert.
Um ancestral humano desconhecido pode ter deixado pegadas de 3,7 milhões de anos na África.
"Esta é uma das mais antigas evidências inequívocas de duas espécies de hominídeos existindo juntas. [...] Este parece ser um indivíduo jovem. Se olharmos para sua estatura, é bem pequeno, com apenas um metro de altura", disse McNutt.
Se realmente a pegada for de um hominídeo, essa seria uma nova categoria encontrada, uma vez que é sabido que a espécie Australopithecus afarensis vivia na região, entretanto, as pegadas não apresentam suas características, o que aponta para uma ramificação dentro da classe.
As pegadas foram descobertas em 1976 por Peter Jones e Philip Leakey. Escavando em Laetoli, eles encontraram cinco pegadas em um lugar que apelidaram de local A. As pegadas foram deixadas em cinzas vulcânicas que posteriormente endureceram em rocha.
Para reestudar a área, os cientistas escavaram novamente os passos, e para descartar a teoria do urso, usaram fotografias e varreduras 3D para comparar as cinco pegadas com as de ursos, chimpanzés e humanos.
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Conforme relatado no estudo, as características anatômicas, como as dimensões dos dedos dos pés, são mais parecidas com humanos e chimpanzés do que com ursos. Além disso, os ursos-negros selvagens raramente andam eretos sem ajuda, e quando o fazem, ficam instáveis ​​em seus pés e têm um andar mais largo do que o mostrado nas pegadas de Laetoli.
McNutt destaca que "o modelo linear icônico da evolução humana foi muito mais complicado do que uma transformação singular de um macaco africano para um ser humano moderno".
"Os humanos são realmente muito incomuns como a única espécie de hominídeo sobrevivente de um grupo muito diverso de ancestrais e parentes, que estão por aí há muito mais tempo do que nós", afirmou.
As pegadas encontradas na Tanzânia podem ser a prova de que ainda há muito a se descobrir sobre todo percurso da evolução humana.
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