Conforme dados publicados pelo Instituto Robert Koch, que compila informações sobre a propagação do novo coronavírus na Alemanha, foram registradas 446 novas mortes no país nesta quarta-feira (1º). Esse é o maior registro de óbitos no país desde o dia 18 de fevereiro deste ano.
Apesar de ainda estar bastante abaixo do pico de mortes diárias da pandemia na Alemanha - cerca de 1,7 mil óbitos em 19 de janeiro deste ano, conforme dados do site Our World in Data -, os números vêm em meio a um momento de preocupação das autoridades devido à descoberta da variante Ômicron do vírus SARS-CoV-2, cujo possível impacto ainda é avaliado.
A Alemanha vive o momento de maior registro de casos de COVID-19 desde o início da pandemia. Apenas nesta segunda-feira (1º), 67 mil novos casos da doença foram registrados na Alemanha, mantendo a média diária acima de 60 mil casos. No pior momento da pandemia em 2020, a mesma média chegou a cerca de 25 mil casos diários.
Mais cedo nesta quarta-feira (21), em entrevista publicada pela TV alemã ZDF, o presidente da Associação Alemã Interdisciplinar para Terapia Intensiva e Medicina de Emergência (DIVI, na sigla em alemão), Gernot Marx, afirmou que mais de seis mil pacientes de COVID-19 devem ser admitidos em UTIs alemãs antes do Natal.
Enfermeira sai de quarto no qual trata paciente infectado com COVID-19, em UTI na cidade de Havelhoehe, Alemanha, 9 de abril de 2021
© REUTERS / Fabrizio Bensch
O presidente da DIVI defendeu ainda um possível lockdown temporário para evitar o colapso hospitalar no país, além de afirmar que mais de 2,3 mil pacientes chegaram às UTIs alemãs apenas na última semana.
A Alemanha iniciou a vacinação contra a COVID-19 em dezembro de 2020 e hoje tem 68% da população totalmente vacinada, além de 71% parcialmente imunizada. A situação é semelhante à do Brasil, que tem cerca de 64% da população com o ciclo vacinal completo e 75% com apenas uma dose, conforme dados do consórcio dos veículos de imprensa.
A Alemanha é um dos países mais impactados pela COVID-19 na Europa, com 101.794 óbitos causados pelo novo coronavírus, além de quase seis milhões de casos acumulados, conforme dados da Universidade Johns Hopkins.