O Irã acusou Israel nesta quarta-feira (1º) de "criar mentiras para envenenar" as negociações nucleares em andamento em Viena, entre Teerã e as potências mundiais, Rússia, Alemanha, China, EUA, França e Reino Unido.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, publicou em suas redes sociais que Israel está fomentando tensão durante as conversas sobre o futuro do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"O regime israelense, cuja existência depende da tensão, está de volta, alardeando mentiras para envenenar as negociações de Viena", escreveu Khatibzadeh.
As declarações de Saeed Khatibzadeh aconteceram logo após Israel acusar o Irã de ter começado a produzir urânio enriquecido com centrífugas avançadas mais eficientes em sua planta de Fordow, informação que consta em relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Embaixador do Irã em Viena, Mohammad Reza Ghaebi disse nesta quarta-feira (1º) que o último relatório divulgado pela AIEA sobre as atividades nucleares do Irã "é um documento técnico regular atualizado".
Segundo informações do portal IRNA, Mohammad Reza Ghaebi ainda disse que o documento é baseado em um relatório fornecido pelo Irã à agência, e que a AIEA apresentou aos seus Estados-membros o resultado dos seus testes de verificação quando esteve em Teerã.
De acordo com o relatório, o Irã começou a alimentar suas centrífugas em Fordow, uma usina subterrânea fortificada de enriquecimento de urânio, com gás hexafluoreto para produzir urânio 20% enriquecido, e também permitiu que os inspetores da AIEA realizassem testes de verificação nas suas instalações.
Presidente iraniano, Hassan Rouhani, e chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, visitam usina nuclear iraniana em Teerã, 11 de abril de 2021. Foto de arquivo
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