Os grupos de mídia francesa France Televisions, Radio France e o Instituto Nacional de Audiovisual (INA, na sigla em francês), instituto onde são arquivadas todas as transmissões de rádio e TV da França, emitiram um comunicado conjunto dizendo que Zemmour é obrigado a pagar pelos direitos de imagens como qualquer pessoa.
O canal de televisão France 24 divulgou nota informando que a emissora "demanda a retirada imediata das imagens [...], caso isso não aconteça, nós vamos examinar nossas opções legais".
O vídeo também causou revolta na Gaumont, produtora e distribuidora de filmes mais antiga do mundo, que pediu a retirada de trechos de filmes da companhia. Dois filmes da empresa apareceram no vídeo, "Joana d'Arc", de 1999 e "Un Singe en Hiver" (Um Macaco no Inverno, na tradução), de 1962.
O diretor de Joana D'Arc, Luc Besson, disse em entrevista à AFP: "Meus advogados já estão iniciando um processo legal", justificou o diretor explicando que as imagens foram usadas de maneira "fraudulenta" e que ele não compartilha com as visões políticas de Zemmour.
Em um e-mail em resposta à AFP, a campanha de Zemmour justificou o uso das imagens dizendo que eram "pequenos recortes", o que seria permitido. Porém, a AFP divulgou a explicação de um especialista legal da Sociedade Francesa de Gestão de Royalties, onde ele diz que a publicação do candidato não se enquadra nessa regra por ser um vídeo promocional de uma campanha política.
Até a tarde desta quarta-feira (1º), o vídeo de dez minutos tinha mais de 2,2 milhões de visualizações no YouTube.
O jornalista e comentarista francês de 63 anos, Éric Zemmour, foi apelidado de "Trump francês" e é conhecido pelas fortes críticas ao Islã.