A declaração foi feita um dia após o grupo de nove membros rejeitar a consideração de substituir o representante da era Ashraf Ghani (ex-presidente, que deixou o cargo em 15 de agosto) por um representante do Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista).
O Comitê de Credenciais da ONU é responsável por permitir o ingresso de representantes dos Estados-membros na Assembleia Geral. O grupo é liderado pela Suécia e inclui Bahamas, Butão, Chile, China, Namíbia, Rússia, Serra Leoa e Estados Unidos. A decisão foi tomada em consenso, após apresentação da proposta.
1/2 O Comitê de Credenciais decidiu ontem [quarta-feira, 1º] que, por enquanto, o assento do Afeganistão na ONU não será dado ao novo governo do Afeganistão. Esta decisão não é baseada em regras legais e na justiça, porque privaram o povo do Afeganistão de seus direitos legítimos.
2/2 Esperamos que este direito seja entregue ao representante do governo do Afeganistão em um futuro próximo, para que possamos estar em posição de resolver os problemas do povo do Afeganistão de forma eficaz e eficiente e manter uma interação positiva com o mundo.
Karin Enestrom, embaixadora da Suécia na ONU e atual presidente do comitê, afirmou, na última terça-feira (30), que os membros do comitê "decidiram adiar sua decisão de credenciais".
Além do Afeganistão, o grupo também deixou de aprovar que a junta militar de Mianmar tenha representação na ONU.
"O relatório da comissão se tornará público assim que for publicado, para consideração da Assembleia Geral", acrescentou Enestrom.
Tanto o Afeganistão quanto Mianmar estão atualmente representados na Assembleia Geral da ONU pelos embaixadores nomeados por seus governos anteriores.
Embora o Talibã tenha chegado ao poder no Afeganistão em agosto e anunciado seu gabinete provisório em setembro, o governo ainda não foi reconhecido por outros países.