Um buraco negro invulgarmente maciço foi descoberto por astrônomos do Observatório McDonald da Universidade do Texas no centro de Leo I, uma galáxia anã satélite da Via Láctea.
Leo I é uma galáxia anã esferoidal, localizada a cerca de 820.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Leão.
De acordo com o site da universidade, os astrônomos se focaram em Leo I porque "não contém muita matéria escura", ao contrário de outras galáxias anãs em torno da Via Láctea.
As observações dos pesquisadores levou-os a uma descoberta surpreendente: o buraco negro parece ser tão maciço como aquele que está situado no centro da nossa galáxia, apesar de Leo I ser uma galáxia muito menor do que a Via Láctea.
A observação feita sugere a presença de um objeto compacto e maciço, cerca de 3,3 milhões de vezes mais pesado que o Sol. Como comparação, Sagitário A*, o buraco negro no centro da Via Láctea é 4,4 milhões de vezes maior que a nossa estrela, avança Newsweek.
"Os modelos apontam para a existência de um buraco negro no centro; não é realmente necessária muita matéria escura. Temos uma galáxia muito pequena que está indo na direção da Via Láctea, e seu buraco negro é quase tão maciço quanto o da Via Láctea. A proporção de massas é enorme. A Via Láctea é dominante; o buraco negro da [galáxia] Leo I é quase comparável", disse Karl Gebhardt um dos astrônomos envolvidos no estudo.
Segundo a líder da equipe, María José Bustamante, doutoranda da Universidade do Texas em Austin, a descoberta pode afetar a compreensão da evolução das galáxias pelos astrônomos, uma vez que "não há explicação para este tipo de buraco negro em galáxias anãs esferoidais".
Galáxia anã Leo I tem um buraco negro estranhamente maciço, dizem astrônomos.
Gebhardt apontou que "se a massa do buraco negro de Leo I é elevada, isso pode explicar como os buracos negros crescem em galáxias maciças".
Quando as galáxias menores são absorvidas por suas congéneres maiores, os buracos negros das galáxias menores se fundem com os da maior, aumentando ainda a massa deste último.
As observações da equipe foram realizadas com a ajuda de um instrumento chamado VIRUS-W, que foi construído por uma equipe do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, e que aparentemente é "hoje o único instrumento no mundo que pode realizar este tipo de estudo de perfil de matéria escura".