"É uma aliança bastante poderosa que vai ter tempo de televisão, vai ter dinheiro, vai ter palanque para se colocar em uma posição forte nessa disputa", afirma o cientista político José Paulo Martins Junior, professor e pesquisador da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), em entrevista à Sputnik Brasil.
"Os principais entraves para que uma aliança desse porte aconteça são os interesses particulares, eu diria, de cada uma das principais lideranças desses partidos. E também há um complicador que são os palanques estaduais. É claro que pode haver mais de um palanque em torno dessa candidatura presidencial envolvendo esses quatro partidos, mas esse é um aspecto que é difícil equacionar", diz o pesquisador.
Moro tira mais votos de Bolsonaro do que de Lula
"Não se deve descartar essa possiblidade de João Doria abrir mão da candidatura para fortalecer Sergio Moro. Isso já vem sendo ventilado há algum tempo. Os pré-candidatos do PSDB, antes da decisão interna do partido, tanto [o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo] Leite quanto Doria já tinham dito que pretendiam conversar com Sergio Moro", lembra o professor, que acrescenta que Moro sempre foi próximo do PSDB.
"Acho difícil que ele [Lula] saia da liderança [das pesquisas]. É claro que pode acontecer eventualmente, mas a gente tem que ter em mente que nas pesquisas que estão circulando no momento, tanto Sergio Moro quanto João Doria têm índices de rejeição muito superiores aos de Lula. Então, derrubar a liderança do Lula é difícil", aponta Martins.
"Entre Lula e Bolsonaro eu entendo que ainda haja uma certa proximidade de estilo. Ambos são políticos que caem no gosto popular, enquanto que o Moro, não. [...] Acho que o Moro não rouba votos do Lula, acho que pode roubar votos principalmente do Bolsonaro", afirma.