Força Aérea dos EUA quer se livrar de frota de aeronaves que 'não ameaça a China'

O secretário da Força Aérea dos EUA alertou para os "bastante baixos" números de modernas aeronaves de "alto valor", as quais a China tem tentado combater com sua modernização militar.
Sputnik
Os EUA devem retirar de serviço aeronaves antigas para poderem enfrentar as Forças Armadas da China em rápida modernização, advertiu no sábado (4) Frank Kendall, secretário da Força Aérea do país norte-americano.

"Se isso não ameaça a China, porque o estamos fazendo?", perguntou o militar durante um painel no Fórum de Defesa Nacional Reagan, se referindo aos drones MQ-9, algumas aeronaves de transporte C-130, antigos aviões de reabastecimento aéreo e os caças A-10, que considera adequados para operações no Oriente Médio, mas não em um conflito com o país asiático.

Segundo Kendall, a China tem focado sua modernização no objetivo de eliminar alvos norte-americanos de alto valor, "cujos números são bastante baixos". Além disso, a média de idade das aeronaves dos EUA é de 30 anos.
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Ele criticou o fato de os legisladores terem tentado evitar o abandono de aviões antigos para não perderer empregos nos seus estados, uma opinião compartilhada em uma entrevista de sábado (4) ao portal Defense News por Charles Q. Brown, general e chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos EUA.
"É mesmo uma decisão difícil, as coisas que deveremos deixar ir e de como transitamos das atuais capacidades que temos, para conseguir as capacidades do futuro", comentou Brown sobre as escolhas que terão de ser feitas relativamente às propostas do orçamento do Pentágono em 2023.
O oficial crê que a Força Aérea do país norte-americano terá de garantir que os militares poderão realizar suas missões ao mesmo tempo que se moderniza, referindo o RQ-4, um avião de reconhecimento que foi derrubado pelo Irã em 2019, como exemplo de um ambiente contestado em que tal não deve acontecer.
Para isso, indicou, é necessário que o Congresso dos EUA permita retirar de serviço algumas das aeronaves ainda em operação.
"Não teremos as capacidades para qualquer futura crise e contingências. Isso me preocupa. Se não [mudarmos], vamos perder aspetos da nossa segurança nacional porque estamos nos agarrando ao passado", previu o chefe do Estado-maior da Força Aérea norte-americana.
Apesar disso, ele se mostrou ligeiramente otimista, pois "tem indicações de que [o Congresso] permitirá à Força Aérea dar alguns dos passos que tem tentado conseguir".
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