Assim como a caixa-preta de um avião, que coleta dados importantes na investigação de algum acidente ou falha, objetivo do projeto da Universidade da Tasmânia, na Austrália, em parceria com empresa de marketing e comunicaçãoes Clemenger BBDO, também australiana, é criar um acervo de dados para próximas gerações. Dessa forma, segundo a página do projeto Earth's Black Box (Caixa-Preta da Terra, em português), um relatório imparcial será constantemente atualizado, tanto para responsabilizar a humanidade no futuro, quanto para cobrar atitudes urgentes nos dias de hoje sobre assuntos como aumento da poluição e aquecimento global.
Segundo entrevista de um dos colaboradores do projeto, Jim Curtis da Clemenger BBDO, à ABC Australia a "caixa-preta terrestre" é uma ideia não-comercial: "Acima de tudo ela é uma ferramenta".
A "caixa-preta" vai coletar dois tipos de dados, tanto medições de temperaturas da terra e do mar, acidificação do oceano, taxa de gás carbônico, extinção de espécies, como também dados contextuais: manchetes de jornais, notícias de eventos relevantes e relatórios da Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas.
Todos esses dados serão armazenados em uma estrutura feita de aço com 7,5 centímetros de grossura, 10 metros de comprimento, 3 metros de largura e 4 metros de altura.
A construção da caixa-preta só vai começar no ano que vem, porém a estrutura interna já está em fase de testes e armazenando dados desde novembro, quando monitorou a Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia.
Os pesquisadores também estão desenvolvendo maneiras de armazenamento mais eficientes, atualmente a "caixa-preta" conseguiria armazenar dados por um período de 30 a 50 anos.
Segundo os criadores do projeto, assim que o dispositivo estiver funcionando, todos os dados coletados vão estar disponíveis na página da Earth's Black Box.