Aos poucos, a esquerda brasileira vai consolidando o caminho e as construções político-partidárias para a candidatura do ex-presidente Lula à presidência no ano que vem.
Nesta segunda-feira (6), em entrevista ao portal Congresso em Foco, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, falou sobre os detalhes da aliança dos socialistas com o partido do ex-presidente Lula.
De acordo com Siqueira, é fundamental que os petistas retirem suas candidaturas em estados importantes para os socialistas, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.
"A candidatura natural nesses estados é do PSB, não do PT", disse Siqueira.
No Rio de Janeiro, o PSB pensa em lançar o deputado Marcelo Freixo para governador. Ele entraria na disputa contra o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, do PDT, que lidera as pesquisas de intenção de voto, e o atual governador do estado, Cláudio Castro, do PL. Tradicionalmente, o PT apoia candidatos de esquerda no estado.
Marcelo Freixo com eleitores na Cinelândia, no Rio de Janeiro . Foto de arquivo
Em Pernambuco o cenário é delicado. Tanto o PT quanto o PSB pensam em lançar candidatos para o governo, situação que pode relembrar os embates políticos durante o apertado pleito para prefeitura de Recife, em 2019.
Em pesquisa divulgada em outubro pelo Instituto Opinião, a deputada federal Marília Arraes (PT) lidera com 23,1% das intenções de voto. O segundo lugar é de Raquel Lyra (PSDB), que soma 15%, seguida de Geraldo Julio, do PSB, em terceiro, com 9,9% das intenções de voto.
Finalmente, tanto São Paulo quanto o Rio Grande do Sul são estados que podem ser decisivos para que a aliança entre socialistas e o PT seja firmada.
Em São Paulo, o PT espera fazer uma aliança com Guilherme Boulos, do PSOL. Já o PSB tem candidato próprio, e espera receber o apoio de Lula para fazer campanha para Márcio França.
No Rio Grande do Sul o cenário é semelhante, com a diferença de que a favorita é Manuela D'Ávila, do PCdoB. Tanto o PT quanto o PSB anunciaram pré-candidaturas, mas é preciso esperar a conjuntura política do estado para definir os próximos passos.
Em São Paulo, o então candidato a prefeito, Guilherme Boulos (PSOL), vota na PUC, de máscara devido à pandemia COVID-19, em 15 de novembro de 2020. Foto de arquivo
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