Ao longo de um estudo de 228 páginas, os economistas Lucas Chancel e Thomas Piketty, responsáveis pela publicação, ressaltam que há um aumento progressivo da desigualdade no mundo.
Segundo eles, os dados recolhidos nos quatro cantos do planeta mostram um aumento das disparidades econômicas entre as populações.
Atualmente, os 50% mais pobres possuem 2% do patrimônio mundial, enquanto os 10% mais ricos monopolizam 76% das riquezas.
Segundo a base de dados do World Inequality Lab, o Oriente Médio, a África e a América Latina são as regiões mais castigadas pela desigualdade.
A desigualdade varia significativamente entre os continentes. Na Europa, a parcela dos 10% da renda mais alta é de cerca de 36%. Na América Latina, 55%.
O documento também aponta que a fatia da riqueza mundial nas mãos das maiores fortunas triplicou em 25 anos.
Atualmente, os 10% mais ricos ganham 38 vezes mais do que os 50% mais pobres, algo observado pela última vez em 1910. "Voltamos ao mesmo nível de desigualdades de um século atrás", diz o documento.
Para tentar lutar contra o problema, os economistas do World Inequality Report sugerem revisar as regras de tributação das grandes fortunas e combater a evasão fiscal.
Além disso, o documento recomenda uma cobrança especial de impostos, o "exit tax", sobre o patrimônio dos contribuintes que mudam sua residência fiscal para escapar dos pagamentos.
O aumento da riqueza privada também foi desigual dentro dos países e em nível mundial. A riqueza dos indivíduos mais ricos da Terra cresceu de 6% a 9% ao ano desde 1995, enquanto a riqueza média cresceu 3,2% ao ano.
Desde 1995, a parcela da riqueza global possuída por bilionários aumentou de 1% para mais de 3%.
Mulher chora em sua casa, na favela Jardim Gramacho, enquanto explica que não tem havido comida para sua família por vários dias, Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2021. Foto de arquivo
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