Panorama internacional

Nicarágua rechaça resolução da OEA que pede libertação de opositores detidos: 'Jogo infame'

O governo da Nicarágua rechaçou a resolução do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), que diz que o país centro-americano "não está cumprindo os compromissos assumidos na Carta Democrática Interamericana".
Sputnik

"Rejeitamos a convocação da sessão, bem como qualquer documento que se pretenda aprovar contra o pacífico, digno e humilde povo da Nicarágua. O governo da nossa livre, luminosa e soberana Nicarágua, em nome de nosso povo, participou deste outro evento intervencionista da OEA devido à responsabilidade de Estado e a um governo consciente. Este é mais um jogo infame, malévolo e diabólico desta tão denunciada organização satélite dos Estados Unidos", afirmou o representante suplente da Nicarágua, Michael Campbell Hoocker.

Com 25 votos e 8 abstenções, o órgão aprovou instar o governo da Nicarágua a libertar "todos os presos políticos, aceitar uma missão de alto nível delegada pelo Conselho Permanente para chegar a um acordo que leve a reformas eleitorais, sob a observação da OEA, revogar todas as leis que restrinjam a participação política e limitem os direitos humanos e exortar um diálogo com todos os partidos políticos e outros atores".
O governo de Daniel Ortega prendeu oponentes, empresários, proprietários de fundações e organizações não governamentais, a quem acusa de agentes estrangeiros e de receberem recursos de outros países, inclusive dos Estados Unidos, para tentar um segundo golpe após o fracasso de 2018.
Na época, a tentativa causou a morte de mais de 200 pessoas, a destruição de prédios públicos, o saque de empresas e o incêndio de casas de apoiadores da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).
Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, após ter votado em Manágua, em 7 de novembro de 2021
O representante da Nicarágua acusou a OEA de tentar causar outra crise como a que já ocorreu no país e em outras nações e de influenciar os golpes de Estado promovidos pelos EUA contra governos progressistas.
"Mais um jogo criminoso como os que em diferentes épocas jogaram, negando os direitos dos povos e participando como cúmplices e protagonistas da convocação de golpes de Estado, invasões, intervenções e outras manobras destrutivas e genocidas do imperialismo norte-americano", disse o diplomata.
Em 12 de novembro, a maioria dos países da OEA decidiu ignorar as eleições presidenciais e legislativas de 7 de novembro na Nicarágua, nas quais o presidente Ortega foi reeleito com 76% dos votos para um quarto mandato consecutivo.
O governo da Nicarágua resolveu, então, em 19 de novembro, renunciar e se desvincular da OEA, acusando o órgão de facilitar a hegemonia dos EUA na América Latina e no Caribe.
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