Notícias do Brasil

Sergio Moro diz que prefere ser alvo de ataques do que cúmplice de Bolsonaro

O pré-candidato à presidência deu entrevista à rádio Tupi na manhã desta quinta-feira (9) e falou sobre temas como o atual cenário do centrão e sua relação com o presidente.
Sputnik
Sergio Moro vem recebendo críticas de Bolsonaro, que o chamou de "palhaço" e afirmou que Moro teria "mentido descaradamente" em trechos de seu livro. Na entrevista, o ex-ministro relembrou sua saída do Ministério da Justiça em abril de 2020, alegando que a "carta branca" de combate à corrupção prometida pelo presidente nunca existiu.

"Mas fui ficando [no ministério] porque acreditei que era possível fazer alguma coisa ainda. Até que chegou em um limite, que ele tomou aquela decisão de interferir na PF, aí eu falei: 'Agora não posso ficar mais'. Agora, é escolher ser alvo de ataques do grupo dele ou ser cúmplice dele. Eu prefiro ser alvo", disse Moro.

Após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça alegando interferência do presidente Bolsonaro na PF, o mandatário afirmou em depoimento, em novembro deste ano, que não havia interferido na corporação. Moro abandonou o cargo após Bolsonaro exonerar o então diretor-geral da Polícia Federal, e homem de confiança do ex-juiz, Maurício Valeixo.
Notícias do Brasil
Bolsonaro escolhe Moro como principal alvo de críticas em tentativa de manter votos, segundo mídia
Quando perguntado na entrevista sobre futuras alianças para as eleições de 2022, Sergio Moro não quis dizer nomes: "Há pessoas boas em todos os partidos. O que eu tenho sempre dito é que se quer fazer um projeto e apresentar para o país essa condição de pré-candidato, você precisa conversar com todo mundo. Você precisa ter diálogo para ser construído dentro da política. Mas temos muito claro isso. É um diferencial em relação aos outros [...]".

Corrida presidencial

Segundo pesquisa de intenção de votos da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8), Sergio Moro (Podemos) está em terceiro lugar na corrida presidencial, atrás do ex-presidente Lula (PT) e do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Luiz Inácio aparece liderando em todos os cenários, ganhando sempre no segundo turno. Em um possível embate entre Moro e Bolsonaro no segundo turno, o ex-ministro recebeu 34% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro.
Comentar