Sergio Moro vem recebendo críticas de Bolsonaro, que o chamou de "palhaço" e afirmou que Moro teria "mentido descaradamente" em trechos de seu livro. Na entrevista, o ex-ministro relembrou sua saída do Ministério da Justiça em abril de 2020, alegando que a "carta branca" de combate à corrupção prometida pelo presidente nunca existiu.
"Mas fui ficando [no ministério] porque acreditei que era possível fazer alguma coisa ainda. Até que chegou em um limite, que ele tomou aquela decisão de interferir na PF, aí eu falei: 'Agora não posso ficar mais'. Agora, é escolher ser alvo de ataques do grupo dele ou ser cúmplice dele. Eu prefiro ser alvo", disse Moro.
Após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça alegando interferência do presidente Bolsonaro na PF, o mandatário afirmou em depoimento, em novembro deste ano, que não havia interferido na corporação. Moro abandonou o cargo após Bolsonaro exonerar o então diretor-geral da Polícia Federal, e homem de confiança do ex-juiz, Maurício Valeixo.
Quando perguntado na entrevista sobre futuras alianças para as eleições de 2022, Sergio Moro não quis dizer nomes: "Há pessoas boas em todos os partidos. O que eu tenho sempre dito é que se quer fazer um projeto e apresentar para o país essa condição de pré-candidato, você precisa conversar com todo mundo. Você precisa ter diálogo para ser construído dentro da política. Mas temos muito claro isso. É um diferencial em relação aos outros [...]".
Corrida presidencial
Segundo pesquisa de intenção de votos da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8), Sergio Moro (Podemos) está em terceiro lugar na corrida presidencial, atrás do ex-presidente Lula (PT) e do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Luiz Inácio aparece liderando em todos os cenários, ganhando sempre no segundo turno. Em um possível embate entre Moro e Bolsonaro no segundo turno, o ex-ministro recebeu 34% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro.