Em entrevista ao repórter israelense Barak Ravid, Trump criticou severamente Netanyahu por ter felicitado demasiado cedo Joe Biden após o atual presidente dos EUA vencer as eleições, conforme noticiado.
Em resposta, o ex-premiê explicou que ele teve que parabenizar o democrata pelo bem da relação vital entre EUA-Israel, de acordo com o The Time of Israel.
"O ex-primeiro-ministro Netanyahu realmente aprecia a grande contribuição que o presidente Trump deu ao Estado de Israel e à sua segurança. […] Ele também aprecia muito a importância da forte aliança entre Israel e os EUA e, portanto, é importante para ele parabenizar o novo presidente [Biden]", disse um comunicado do gabinete de Netanyahu citado pela mídia.
Mas segundo Trump, "Bibi", como é conhecido o ex-chefe do Estado judeu, foi "desleal" e parabenizou muito cedo o atual mandatário norte-americano.
"Ele [falou] muito cedo. Mais cedo que a maioria. Desde então, não tenho falado com ele. Ele que se f**a", disse o ex-presidente.
Para Trump, se sob sua gestão Washington não tivesse abandonado o acordo nuclear com Irã, "Israel talvez já teria sido destruído".
Trump falou com Ravid entre abril e julho para o novo livro do repórter israelense "Trump's Peace" (Paz de Trump, na tradução) sobre os acordos de normalização entre Israel e os estados árabes, que foram negociados com a ajuda da administração Trump.
O presidente Donald Trump se encontra com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca (foto de arquivo)
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"Ninguém fez mais por Bibi. E gostei de Bibi, ainda gosto de Bibi. [...] Ele era o homem por quem fiz mais do que qualquer outra pessoa com quem tratei", declarou Trump.
"Mas eu também gosto de lealdade. A primeira pessoa a parabenizar Biden foi Bibi. E ele não apenas o felicitou, mas também fez isso publicamente. Fiquei pessoalmente desapontado com ele. […] Bibi poderia ter ficado quieto. Ele cometeu um erro terrível", completou Trump.
Entretanto, segundo a mídia, Netanyahu demorou bastante para parabenizar Biden em novembro do ano passado, executando a ação muitas horas depois de muitos outros líderes mundiais.