"É uma paródia da justiça [...] A Suprema Corte decidiu aceitar as garantias diplomáticas dos EUA, que são profundamente incorretas, de que Assange não será condenado ao confinamento solitário em uma prisão de segurança máxima", diz o comunicado do diretor da Europa da organização, Nils Muiznieks.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês) também denuncia o veredicto do Reino Unido no processo contra Assange e exorta o presidente Joe Biden a parar uma perseguição "politicamente motivada" e retirar todas as acusações.
"A Federação Internacional de Jornalistas condena veementemente e se posiciona contra a decisão da Suprema Corte do Reino Unido, que desbloqueou a possibilidade de extradição de Assange para os EUA, voltando a exortar o presidente americano Joe Biden a parar sua perseguição politicamente motivada e de muitos anos de Julian Assange, e retirar todas as acusações contra ele", informou o representante da IFJ à Sputnik.
Segundo a federação, a extradição do ativista colocará em perigo não só sua vida, mas também os princípios fundamentais da liberdade de imprensa. A organização confirma estar pronta a apoiar os esforços dos advogados de Assange para apelar da decisão.
Por sua vez, a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, qualificou a decisão da corte britânica de "vergonhosa".
"Esse veredicto vergonhoso em um processo político contra um jornalista e figura pública é mais uma manifestação da visão bárbara do tandem anglo-saxônico. O Ocidente celebrou desta maneira 'digna' o Dia Internacional dos Direitos Humanos e o término da chamada Cúpula das Democracias", escreveu a diplomata no Telegram.
Hoje, sexta-feira (10), o governo dos EUA ganhou seu recurso na Suprema Corte de Londres para extraditar Julian Assange aos Estados Unidos, com um juiz anulando a decisão de um tribunal inferior que tinha bloqueado a extradição. A decisão dá luz verde à extradição do fundador do site WikiLeaks, mas os advogados de defesa mantêm o direito de apelar do veredicto.