Panorama internacional

'Americanos já acreditam eles próprios' que Rússia invadirá Ucrânia, diz Kremlin

Dmitry Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, deu uma entrevista à emissora Rossiya 1, na qual criticou a "demonização da Rússia" e o rótulo de potencial agressora aplicado a ela pelos EUA.
Sputnik
Os norte-americanos já acreditam na ideia de uma possível "invasão" da Ucrânia pela Rússia, de tanto repetir essa afirmação, disse no domingo (12) Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo.
"Sim, realmente, [Joe] Biden falou que se acontecer essa invasão efêmera da Ucrânia, parece que os americanos já acreditam eles próprios que isso não é um fluxo informativo, mas a realidade, então aí a Rússia será isolada financeiramente, e assim por diante", comentou ele em entrevista ao canal Rossiya 1.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse claramente na conversa com seu homólogo dos EUA que as tropas russas estão estacionadas dentro de seu território, disse o representante do líder russo.
"O presidente disse claramente, se dirigindo ao presidente dos EUA, que vocês estão falando de nossas tropas que estão estacionadas no território da Rússia. As quais não ameaçam ninguém. No entanto, vocês falam, sentados a 1.000 km de nosso território", observou e retrucou que há um objetivo em tais acusações.
"Estamos falando de nosso próprio território, do território da Federação da Rússia, e da Europa, que é a nossa casa comum. Os americanos se encontram do outro lado do oceano, é disso que falava o presidente [Putin]. E, claro, esta alimentação da tensão informativa, e assim por diante, isso é simplesmente feito com o objetivo de continuar a demonização da Rússia e apresentação da Rússia como algum tipo de parte potencialmente agressora."
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Uma das maiores fontes de divergência entre a Rússia e os EUA são as "linhas vermelhas", mencionou.
Sobre a possibilidade de sanções serem aplicadas à Rússia, Peskov previu que os danos não serão sentidos apenas por Moscou.
"Introduzir algum tipo de restrições à Rússia e não sofrer com isso é impossível. Todo o mundo entende isso", afirmou o porta-voz presidencial russo.
Na terça-feira (7), Putin e Biden realizaram uma quarta discussão remota de duas horas desde que ambos são presidentes de seus países. O presidente russo referiu que por "linhas vermelhas" entende a continuação do avanço da OTAN para leste e a colocação de armas ofensivas na Ucrânia. O presidente norte-americano, por sua vez, apontou que Washington entregará mais armas a Kiev e reforçará o flanco oriental da Aliança Atlântica.
Moscou tem negado frequentemente as declarações nos países ocidentais de que está preparando uma invasão da Ucrânia, e afirma que as tropas têm o objetivo de contrariar a expansão da presença e as atividades militares da OTAN perto das fronteiras russas.
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