Nesta segunda-feira (13), o ex-premiê israelense, Benjamin Netanyahu, criticou o atual governo de Naftali Bennett por achar um absurdo Israel atualizar os EUA antes de ter realizado ataques a uma instalação nuclear iraniana e a uma base de mísseis, de acordo com o The Times of Israel.
"Vi a reportagem no The New York Times de que Israel está atualizando os Estados Unidos a respeito de suas operações e planos em relação ao Irã. Se isso for verdade, é um grave erro" disse Netanyahu citado pela mídia durante uma reunião de seu partido Likud.
Segundo a reportagem do jornal estadunidense, Israel teria consultado os EUA antes de um ataque em junho a uma instalação em Karaj usada na construção de centrífugas necessárias para enriquecer urânio.
Uma nova consulta teria sido feita antes de o Estado judeu supostamente atingir uma base secreta de mísseis pertencente ao Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) em setembro.
Premiê israelense Naftali Bennett durante encontro com o secretário de Estado americano Antony Blinken, Washington, EUA, 25 de agosto de 2021
© REUTERS / Olivier Douliery
Ainda de acordo com o jornal, na sequência das consultas, a Casa Branca teria elogiado o governo Bennett "por ser muito mais transparente" do que Netanyahu havia sido.
O ex-primeiro-ministro ainda afirmou que não era segredo que o atual governo é contra atacar o Irã, e que este tipo de política impede qualquer atitude imediata para interceptar o programa nuclear iraniano.
"Não é segredo que o atual governo se opõe a um ataque ao Irã. [...] Portanto, a promessa de Bennett e Yair Lapid de atualizar o governo dos EUA com antecedência e sua política de 'sem surpresas' é, na verdade, um convite para impedir qualquer operação significativa que possa interromper o programa nuclear", declarou.
No entanto, vale lembrar que a gestão Bennett tem tomado medidas bastante próximas ao governo anterior, como a declaração do atual primeiro-ministro no fim de novembro, quando disse que mesmo com a retomada do acordo nuclear, Israel "continuava livre para atacar" o país persa, conforme noticiado.