Essas células são consideradas responsáveis por uma variedade de doenças relacionadas à idade, tais como as doenças cardíacas.
O estudo, publicado na sexta-feira (10) na versão on-line do jornal Nature Aging, revelou uma redução no número de células zumbis – conhecidas clinicamente como células senescentes – nos ratos que receberam a vacina. O efeito foi também registrado nas áreas do corpo afetadas pelo endurecimento das artérias.
As células senescentes deixam de se dividir como as células normais, mas não morrem. Eles começam como células normais, mas depois de passarem por um evento de estresse, seja danos no seu ADN ou a infecção por um vírus, elas, em vez de morrerem, entram em um estado de suspensão inanimada.
Uma mulher aplaude o seu namorado idoso que participa no concurso "Homem mais bonito idoso" em São Paulo. 6 de agosto, 2015
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Ao se acumularem no corpo, essas células danificam as células saudáveis vizinhas, liberando produtos químicos que causam inflamação. Com o tempo, elas facilitam o processo de envelhecimento, levando a uma série de condições médicas, incluindo diabetes, osteoporose, doença de Alzheimer, alargamento do coração, problemas renais, obstrução das artérias e perda de músculo relacionada à idade.
Nos últimos anos, uma série de pesquisas com ratos tem testado diversas drogas, chamadas senolytics, que matam essas células zumbis. Mas a equipe de cientistas japoneses identificou uma proteína nas células senescentes em seres humanos e ratos e sintetizou uma vacina baseada em um aminoácido que ajuda a compor a proteína.
Essa vacina baseada em peptídeos permite ao organismo criar anticorpos que podem se ligar às células senescentes, permitindo que elas sejam removidas pelos glóbulos brancos que aderem aos anticorpos.
De acordo com o autor do estudo, Tohru Minamino, a vacina pode ser "aplicada ao tratamento da obstrução arterial, diabetes e outras doenças relacionadas à idade".
A equipe constatou que, quando os ratos mais velhos foram vacinados, isso retardou favoravelmente o processo de enfraquecimento do organismo relacionado à idade, em comparação com os ratos não imunizados.