"Além das relações bilaterais entre a Finlândia e a Rússia, os presidentes discutiram em detalhe a situação nas fronteiras da Ucrânia. O presidente Niinisto expressou sua preocupação com a situação e enfatizou a necessidade de encontrar uma solução diplomática, informou a assessoria da Presidência da Finlândia em comunicado.
O presidente finlandês declarou que seu país está realizando uma política externa e de segurança estável e propôs discutir o "espírito de Helsinque", isto é, a conferência da OSCE em 2025.
Segundo o Kremlin, em conversa com Niinisto, Putin ressaltou a importância da cooperação nos assuntos regionais, inclusive nas zonas setentrionais e no Ártico. Além disso, o presidente russo apontou para a necessidade de iniciar negociações com os EUA e a OTAN a fim de manter as garantias de segurança da Rússia.
Quanto à situação na Ucrânia, Vladimir Putin acentuou que é necessário alcançar a plena implementação dos acordos de Minsk.
"O presidente da Rússia notou, em particular, que as autoridades ucranianas, ao violar os acordos de Minsk, apostam cada vez mais nos métodos de força, inclusive utilizando em Donbass armamento pesado e veículos de combate não tripulados", diz o comunicado do Kremlin.
Ele também apoiou a ideia de organização da cúpula em Helsinque em 2025, para marcar os 50 anos da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa.
Telefonema com Joe Biden
Ontem (13), Sauli Niinisto abordou o assunto ucraniano em outra chamada com o presidente dos EUA, Joe Biden. Biden saudou a decisão da Finlândia de comprar 64 caças F-35 Lockheed Martin, para substituir os F/A-18 americanos já obsoletos, qualificando a compra de "forte base para estreitar ainda mais os laços de defesa bilaterais nos próximos anos".
Os dois líderes também "expressaram suas preocupações com a concentração de forças militares da Rússia ao longo da fronteira ucraniana e a importância dos esforços transatlânticos para baixar as tensões na situação", diz a Casa Branca.
O acordo dos F-35, anunciado na sexta-feira (10), é avaliado em US$ 9,44 bilhões (R$ 53,3 bilhões) e inclui a compra de caças, armas e equipamentos até 2030. Planeja-se que a Finlândia comece a colocar os caças em serviço em 2027, de acordo com o comandante da Força Aérea, Pasi Jokinen.
A Lockheed Martin ganhou a licitação, na qual também participaram a Boeing, a Dassault francesa, a Eurofighter e a Saab, da vizinha Suécia. O ministro da Defesa, Antti Kaikkonen, insistiu que "todos os países envolvidos são parceiros muito próximos e valorizados da Finlândia."