Um grupo de cientistas defende que os corpos celestes que tenham ou tiveram atividade geológica devem ser classificados como planetas. Seguindo essa linha de raciocínio, a nossa Lua e Plutão se enquadram na classe de planetas.
Plutão deixou de ser planeta em 2006 quando a União Astronômica Internacional decidiu acrescentar a condição de que, para um corpo ser considerado planeta, deveria ter uma órbita limpa e não receber a influência gravitacional de outros corpos. Como Plutão é “puxado” pela força da gravidade do vizinho Netuno e divide sua órbita com gases congelados e outros elementos, o então planeta acabou sendo "demitido".
Uma das autoras do novo estudo, a geóloga e pesquisadora do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, Charlene E. Detelich, explica que a maioria dos cientistas planetários considera as "luas geladas e redondas" como planetas [...] todas elas têm atividade geológica, que é originada por uma variedade de processos internos".
"Eu sempre me incomodei com o argumento de manter o Sistema Solar com oito planetas para facilitar a memorização por crianças em idade escolar. Imagina a perspectiva que elas não teriam com um entendimento completo da diversidade do nosso Universo? Nós não somos um em oito planetas, somos um em mais de 200!", disse a autora.
O cientista planetário Paul Byrne, da Universidade Estadual de Washington, não está envolvido no projeto, mas defende o ponto de vista de seus colegas. Em publicação na revista Science Focus ele comentou: "Sempre que eu dou alguma palestra e menciono Plutão, a primeira pergunta que me fazem é se 'ele ainda é um planeta', não o porquê de sua superfície ser tão estranha".
"Quinze anos depois (da reclassificação), o rebaixamento de Plutão recebe mais atenção do que as várias descobertas interessantes que fizemos nos últimos anos, e isso é uma grande falha na comunicação científica", finalizou o especialista.