Os autores da matéria relacionam a decisão com a transição da UE para a energia verde: após 2049, já não se planeja assinar contratos de longo prazo para entrega de combustíveis fósseis, o que significa uma reconfiguração radical do mercado. Isso, nota a Bloomberg, está em contradição com a posição russa.
Além do mais, a Comissão Europeia vai propor medidas para aumentar a segurança de abastecimento de gás ante o atual déficit deste combustível, que levou a um aumento de preço recorde.
"O aumento da tensão entre a Rússia e a Ucrânia ameaça reduzir ainda mais o abastecimento, fazendo crescer o risco de a crise energética persistir na próxima estação de aquecimento", diz o artigo.
Em função disso, a Comissão Europeia anunciou que vai aplicar uma abordagem estratégica em relação ao armazenamento de gás, assegurando, entre outras medidas, um alto nível de preenchimento das reservas no início da estação de aquecimento.
Conforme a informação da Bloomberg, os chefes de governos dos países da UE devem discutir as medidas planejadas no dia 16 de dezembro.
O forte aumento dos preços do gás na Europa começou em abril-maio deste ano, quando o valor médio no mercado oscilava entre US$ 250 e 300 (R$ 1.400-1.700) por mil metros cúbicos. Em agosto, o preço dos contratos já ultrapassava US$ 600 (R$ 3.380) e, no início de outubro, atingiu o valor de US$ 1.000 (R$ 5.640).
A Europa não registrava preços tão altos desde 1996. Os especialistas relacionam a situação com o baixo nível de preenchimento dos reservatórios subterrâneos, bem como com a oferta limitada dos fornecedores principais e a alta demanda ao gás natural liquefeito na Ásia.