De acordo com matéria do The Wall Street Journal (WSJ), autoridades americanas, os Emirados Árabes Unidos estão ameaçando suspender um acordo multibilionário para a compra de aeronaves F-35 de fabricação americana, drones Reaper e munições avançadas. A suspensão do acordo significaria um abalo importante na relação entre os dois antigos aliados, que parecem discordar ainda sobre o papel da China no golfo.
Abu Dhabi afirmou que os requisitos de segurança estabelecidos pelos EUA para proteger o armamento de alta tecnologia da espionagem chinesa eram muito onerosos, o que seria o motivo para anular o acordo.
O que ainda não ficou claro é se a ameaça de anulação do acordo é apenas um blefe. No valor de US$ 23 bilhões (cerca de R$ 130 bilhões), o documento foi assinado nos últimos dias do governo Trump e pode ser que não esteja mais válido. Neste caso, a ameaça seria uma moeda de barganha já que os Emirados Árabes recebem a visita de uma delegação militar do Pentágono e do governo nesta quarta-feira (15), para dois dias de negociação.
A hipótese de que o anúncio da desistência do acordo tenha sido uma tática de negociação foi levantada por um funcionário do governo americano. Outras autoridades afirmaram que, embora os EUA tenham preocupações legítimas com a segurança, houve uma corrida para salvar a venda de armas para seu aliado do golfo.
Segundo as fontes do WSJ, a carta de suspensão do acordo multibilionário é verdadeira e foi recebida pelo governo americano. Sua importância tem a ver com o fato de os EUA estarem cada vez mais preocupados com a influência da China nos Emirados Árabes. Foram essas preocupações que definiram as condições de garantia de que o caça a jato de quinta geração e os drones avançados não seriam vulneráveis à espionagem chinesa.
"Continuamos comprometidos com essas vendas e os Emirados levantaram algumas preocupações", disse um funcionário dos EUA. "Francamente, temos nossas próprias perguntas. Esse tipo de 'vai e vem' não é incomum em vendas significativas de armas, temos esperança de poder resolver essas questões e achamos que o diálogo militar conjunto nos dará a oportunidade de fazê-lo".