Segundo o alto funcionário, até o momento apenas uma pequena parte das famílias britânicas – por volta de 0,1% - investiu em ativos de bitcoin, com um investimento médio individual de 300 libras (R$ 2.260). No entanto, este tipo de investimento está sendo cada vez mais comum, disse Cunliffe à BBC.
Caso o valor das criptomoedas caia drasticamente, isso poderia ter um efeito dominó. Por isso, o Banco da Inglaterra deve estar preparado para enfrentar esses riscos, resumiu.
"Seu preço pode variar consideravelmente e, em teoria e na prática, poderia cair a zero", afirmou o vice-governador.
Crescimento do criptomercado
O criptomercado mais do que duplicou no que vai de 2021, atingindo mais de US$ 2 bilhões (R$ 11,36 bilhões) no dia de hoje. Nesse contexto, o bitcoin é a criptomoeda que mais foi valorizada, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 911 bilhões (R$ 5,1 trilhões), chegando a valer nesta quarta-feira (15) ao redor de US$ 48.200 por unidade (R$ 273.870).
A segunda criptomoeda com maior crescimento é o ethereum, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 459,3 bilhões (R$ 2,6 trilhões) e uma cotação de aproximadamente US$ 3.800 por unidade (R$ 21.590). Durante o ano, estes ativos têm experimentado grandes variações em seu valor, especialmente o bitcoin, que em 10 de novembro alcançou seu máximo histórico de mais de US$ 69.000 (R$ 392.064), para logo sofrer uma queda.
"Acho que o ponto em que devemos nos preocupar é quando [as criptomoedas] se integrarem ao sistema financeiro, momento em que uma grande correção de preços poderia afetar outros mercados e prejudicar os agentes estabelecidos do mercado financeiro", comentou Jon Cunliffe. "Ainda não estamos lá, mas é preciso tempo para elaborar normas e regulamentos", esclareceu.
A respeito disso, ele defendeu que as autoridades competentes deveriam começar já a trabalhar em medidas para regular as criptomoedas, a fim de conter os possíveis riscos.