Em um comunicado publicado nesta terça-feira, os cientistas observaram que existem evidências de que, em algum momento, havia rios e lagos em Marte, no entanto, atualmente em sua superfície não há qualquer rastro de água.
David Jenkins, professor de Ciências Geológicas e Estudos Ambientais da Universidade de Binghamton e a ex-estudante de pós-graduação Brittany DePasquale descobriram em um estudo que a esmectita, rica em ferro e menos estável termicamente, pode se formar a profundidades de até 30 quilômetros e poderia armazenar a água desaparecida do Planeta Vermelho.
Na Terra, a esmectita habitualmente ocorre como resultado de uma reação entre as rochas e água, embora as condições desta reação permaneçam desconhecidas.
"Até há pouco tempo, muitas pessoas, inclusive eu mesmo, assumiam que a água que existiu anteriormente em Marte estava agora presente em forma de gelo armazenado nas calotas polares e como gelo subterrâneo", afirmou Jenkins.
No entanto, segundo ele, durante os últimos anos, os satélites que orbitam ao redor do planeta coletaram informações suficientes para determinar que nem a quantidade de gelo, nem a perda de vapor, são suficientes para determinar o desaparecimento da água, mesmo com base nas "estimativas mais baixas da quantidade de água que alguma vez possa ter existido em Marte".
"Uma vez que vimos que a esmectita de ferro ferroso, a sua forma menos estável termicamente, era estável até temperaturas de aproximadamente 600 °C a 30 quilômetros de profundidade, ficou claro que a esmectita na realidade, poderia ser um importante depósito da "água que falta" em Marte", assegurou.
No entanto, a teoria de Jenkins e DePasquale ainda não pode ser demonstrada, já que atualmente não há nenhum equipamento capaz de perfurar a superfície do planeta a tais profundidades.
"A questão mais difícil, a da quantidade total de minerais argilosos na superfície ou próximo da superfície de Marte, ainda não foi determinada com a precisão necessária para confirmar realmente que os minerais argilosos podem ser o principal depósito de água em Marte", lamentou.