Pela primeira vez na história da astronáutica, uma sonda espacial "tocou" o Sol. A sonda Parker Solar Probe voou através da atmosfera superior da nossa estrela e coletou amostras de partículas e campos magnéticos, informou a NASA em um comunicado divulgado na terça-feira (14).
A agência norte-americana observou que se trata de um novo feito e de um grande salto na ciência solar, comparando o acontecimento com a chegada do homem à Lua.
Pela primeira vez na história da astronáutica, uma sonda espacial "tocou" o Sol
© Foto / NASA / Johns Hopkins APL / Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA
Os pesquisadores esperam que tocar a matéria de que é feito o Sol ajude a descobrir informações críticas desta estrela e sua influência no Sistema Solar.
"Que a Parker Solar Probe 'toque o Sol' é um momento monumental para a ciência solar e uma façanha verdadeiramente notável", afirmou Thomas Zurbuchen, administrador associado da Direção de Missões Científicas na sede da NASA em Washington.
"Este feito não apenas fornece conhecimentos mais profundos sobre a evolução de nosso Sol e seus impactos em nosso Sistema Solar, como tudo que aprendemos sobre a nossa própria estrela também nos ensina mais sobre as estrelas do resto do Universo", ressaltou.
A sonda solar Parker Solar Probe foi lançada para estudar o Sol em 2018 e deveria se aproximar dele durante sete anos para chegar a sua distância máxima, seis milhões de quilômetros.
A estratégia consiste em entrar e sair rapidamente, realizando medições do entorno solar com um conjunto de instrumentos implantados detrás de um grosso escudo térmico.
No dia 28 de abril, Parker atravessou pela primeira vez o que foi denominado como limite crítico de Alfvén. Trata-se da borda exterior da coroa. É um ponto em que o material solar, que normalmente está unido ao Sol pela gravidade e forças magnéticas, é liberado para sair ao espaço. A sonda encontrou o limite a aproximadamente 13 milhões de quilômetros acima da superfície visível, ou fotosfera, do Sol.
Durante o sobrevoo, a sonda entrou e saiu da corona várias vezes. Descobrir onde estão alinhadas estas protuberâncias com a atividade solar procedente da superfície pode ajudar a compreender como afetam os acontecimentos do Sol a atmosfera e o vento solar.