Nesta quinta-feira (16), o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que vai fechar seu escritório em Brasília, até 30 de junho de 2022.
O anúncio ocorre em um momento delicado para a economia brasileira. O responsável pela pasta, Paulo Guedes, em meio às críticas por sua condução da agenda econômica, rebateu a decisão do fundo.
De acordo com o G1, o ministro reclamou que enquanto o fundo previa uma queda de 10% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, no ano passado, o recuo foi de apenas 4,1%.
Na quarta-feira (15), em evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Guedes disparou mais uma vez contra o FMI ao dizer que, agora, os técnicos do órgão podem fazer "previsão em outro lugar".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala aos jornalistas depois de evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), São Paulo, 15 de dezembro
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"Eles [técnicos do FMI] já vieram aqui, vieram há muito tempo atrás aqui no Brasil porque tinham sempre o que fazer", afirmou Guedes. "Vieram aqui para prever uma queda [do PIB] de 9,7% e que a Inglaterra iria cair 4%. Nós caímos 4%, e a Inglaterra caiu 9,7%. Estou achando melhor eles fazerem previsão em outro lugar", disse o ministro da Economia.
Na ocasião, Guedes confirmou ter assinado a dispensa da missão do FMI há uma semana, entretanto, acrescentou que o fundo pode manter o seu escritório no Brasil.
"Já há muitos anos que não precisavam estar aqui. Ficaram porque gostam de feijoada, futebol, conversa boa, e de vez em quando criticar um pouco e fazer previsão errada", declarou.
O FMI disse, em nota à imprensa, que confirma o fechamento do escritório e que espera pela manutenção das relações com o governo brasileiro.
"Esperamos que a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades brasileiras continue, na medida em que trabalhamos de perto para apoiar o Brasil no fortalecimento de sua política econômica e configurações institucionais", informou o fundo.
No mês passado, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia estimou alta de 5,1% para a economia do país, neste ano, enquanto o FMI estimou crescimento de 5,2%, ambas maiores que a divulgada pelo relatório Focus, do Banco Central, de apenas 4,65%.